California Academy of Sciences: No Golden Gate Park, fica um dos dez maiores museus de história natural do mundo. Inclui planetário, oceanário e floresta tropical. O simulador de terramotos é uma das atrações, bem como o telhado que "respira".
Lucasfilm: A cinco minutos da Golden Gate Bridge fica um ponto de paragem obrigatória para qualquer fã das Guerra das Estrelas. É numa zona que costumava ser militar, onde cabem dez campos de futebol, que hoje se fazem os filmes da saga. A estátua de 'Yoda' dá as boas-vindas a um museu cheio de adereços dos filmes, de entrada livre.
Market Street: Ter um escritório em São Francisco não é para todos. Os espaços são dos mais caros dos EUA. Isso não tem impedido as tecnológicas de escolher a cidade, a 60 km de Silicon Valley, para instalar as suas sedes. Twitter, Uber e Square são alguns dos edifícios desta rua.
HP Garage: A casa é discreta e passaria despercebida, não fosse a placa do lado de fora: "Aqui nasceu Silicon Valley". Encorajados por um professor, William Hwelett e David Packard decidiram criar a sua própria empresa de tecnologia em vez de procurarem emprego fora da Califórnia. David vivia no andar de cima da moradia com a mulher. William dormia nos arrumos.
Universidade de Stanford: Quando foi criada, em 1891, tinha pouco mais de 500 alunos que ali estudavam de graça. Hoje, um ano em Stanford custa cerca de 50 mil euros. É justo dizer que sem ela não haveria Silicon Valley. Entre os antigos alunos há 30 multimilionários, 17 astronautas, 81 prémios Nobel e 270 medalhados olímpicos. Hoje o campus tem 17 mil estudantes e 12 mil lugares para bicicletas.
2101 Waverley Street, Palo Alto: É um local de peregrinação, quase de culto, para os fãs da Apple. É mesmo preciso levar a morada no GPS, porque a casa onde Steve Jobs viveu nos últimos anos não se destaca das restantes moradias de estilo rústico de Palo Alto. O espaço verde que rodeia a casa está repleto de macieiras.
Apple Park: A rotunda de vidro gigante idealizada por Steve Jobs não é acessível aos comuns mortais. Mas, do outro lado da rua, há um Visitor Center onde, além de se ver a vista, é possível "entrar" no novo quartel-general da Apple, através de um sistema de realidade virtual. Para os mais fanáticos, há uma loja com merchandising único no mundo.
B8ta: o número 516 da Bryant Street, em Palo Alto, é de visita obrigatória para os fãs de tecnologia. É na B8ta que as startups de Silicon Valley põem os seus produtos à venda pela primeira vez.
Computer History Museum: a cinco minutos da Google há um edifício que reúne dois mil anos de história. No Museu do Computador é possível recuar ao tempo do ábaco ou dos cartões perfurados. Está lá a Enigma, usada na Segunda Guerra Mundial para decifrar códigos, e um computador de cozinha dos anos 60, criado para armazenar receitas e que não vendeu uma única unidade. O bilhete custa 17,5 dólares.
Googleplex: o nome diz tudo: o complexo de edifícios que formam a sede da Google, em Mountain View, é tão grande que os funcionários têm de se deslocar de bicicleta, devidamente colorida, para chegar de um ponto ao outro. As obras do Charleston East, o novo campus que abre em 2020, ainda estão no início, mas já é possível vislumbrar a sua forma futurista.
Intel Museum: sempre que as equipas de Robert Noyce e Gordon Moore atingiam um novo objetivo, os fundadores da Intel encomendavam garrafas de vinho ou champanhe personalizadas para celebrar. Algumas ainda podem ser vistas neste museu de entrada livre que homenageia os fundadores de uma das empresas pioneiras da história da tecnologia. Há visitas guiadas sob marcação.
NASA Ames Research Center: não é daqui que os foguetões partem para o espaço, mas nem isso torna o Centro de Investigação da NASA menos interessante (e imponente). A gigantesca estrutura alberga, por exemplo, os maiores túneis de vento do mundo. Acessível aos visitantes está um pequeno museu e centro educativo onde é possível ver de perto, e de graça, o que os astronautas andam a fazer lá em cima.
The Tech Museum of Innovation: bem no centro de San José, a maior cidade de Silicon Valley, fica aquele que foi um dos primeiros museus dos EUA dedicados à tecnologia. O The Tech, como é conhecido, divide-se em três pisos de exposições. Um dos mais interativos é dedicado à realidade virtual e permite, por oito dólares, experimentar a sensação de voar como um pássaro por entre arranha-céus.
Na autoestrada 101, que liga São Francisco a Silicon Valley, o trânsito é caótico 24 horas por dia. No território do globo com mais empresas tecnológicas por metro quadrado, o trabalho não tem horários e os sonhos não têm limites. A Insider foi conhecer a capital mundial da inovação, onde o secretismo anda de mãos dadas com o espírito de partilha.
Foi terra que sempre deu frutos. Antes de Steve Jobs plantar a maçã em 1976 já Silicon Valley era o pomar da Califórnia. Do vale de Santa Clara, como era conhecido antes da revolução tecnológica, dizia-se que era um dos melhores lugares do mundo para cultivar alperces e laranjas. Ainda hoje não faltam árvores no vale do silício. É atrás delas que se escondem as empresas que controlam a nossa vida.
“Ali existia uma igreja, hoje é uma startup”, aponta Janice Holliday, guia turística nascida e criada em Palo Alto, uma das 14 cidades de Silicon Valley. E quem diz uma igreja ali diz uma escola aqui, um hospital ou um quartel de bombeiros acolá. “As tecnológicas tomaram conta de tudo aqui à volta”, conta a guia, sem ponta de crítica no discurso.
Ou não fosse ela própria filha da indústria. Começou como telefonista e mais tarde pôs a mão na massa enquanto operária numa fábrica de componentes eletrónicos. Em Mountain View, onde completou a primária, os livros da escola foram substituídos por gigabytes infinitos de matéria. A Google é dona do bairro.
Na Charleston Road perde-se a conta ao número de edifícios de logo colorido estampado. Todos baixinhos, no máximo 15 metros de altura, como de resto é lei (contestada) em várias cidades do Valley.
Em 2020 haverá mais um, o Charleston East, que, para já, não passa de um esqueleto. “O Googleplex é gigantesco. Os funcionários da Google vão de bicicleta até às paragens de autocarro da Google”, conta a guia. O que de resto faz parte da filosofia das grandes tecnológicas. “Há muitas que têm autocarros gratuitos. Se o funcionário não tem de conduzir, ganha tempo para trabalhar durante o trajeto casa-trabalho.”
O único problema que as gigantes criaram no vale, diz Janice, foi a bolha imobiliária. “Não existem casas a preços acessíveis”, explica a guia enquanto aponta para uma moradia de dois andares em Palo Alto. “Aquela foi comprada por 22 milhões de dólares.” O recorde pertence a uma mansão na mesma zona que está à venda por 97 milhões.
A vizinhança terá contribuído para a loucura. Basta descer alguns quarteirões para chegar à casa onde Steve Jobs passou os últimos anos, na qual ainda resta um jardim coberto de macieiras. “Bill Gates costumava visitá-lo e era frequente vê-lo a passear o cão”, lembra Janice Holliday. Uma casa azul com baloiços à vista é a morada de Marissa Mayer, ex-CEO da Yahoo. O próprio fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, é um dos proprietários das redondezas, tal como Tim Cook, atual CEO da Apple.
O bairro é o mesmo onde em 1938, numa garagem pintada de verde, William Hewllet e David Packard criaram um oscilador de áudio e davam origem, sem saber, a Silicon Valley. O número 367 da Addison Avenue é agora um museu privado onde ainda se fazem reuniões da HP, a primeira startup da história.
Hoje, são mais de 34 mil as que tentam vingar no vale da baía de São Francisco. “Mais de 70% não têm sucesso, mas aqui valorizam-se os falhanços, porque significa que houve uma tentativa. Há um espírito muito grande de partilha que contrasta com o secretismo natural da indústria”, destaca Janice. “E é isso que faz deste um lugar especial.”
Veja na galeria de imagens acima onde fica a inovação por aquelas paragens.