Uma das bandeiras da Kwan é a calculadora salarial, em que os candidatos podem perceber se o seu vencimento mensal é justo – mas há mais estratégias.
A portuguesa Kwan trabalha há 12 anos no mercado de recrutamento tecnológico. Duarte Gorrão Fernandes, cofundador e diretor da empresa, reconhece que o recrutamento na área tem sofrido alterações em Portugal ao longo dos anos – muito motivado pela concorrência entre candidatos.
E, com mais empresas a disputar profissionais da área tecnológica, há algo que tem vindo a alterar-se: os candidatos “estão muito mais exigentes”, garante o responsável da Kwan, que explica que em muitos casos são feitas abordagens demasiado agressivas.
Para se diferenciar, a estratégia da Kwan aposta num “mercado de recrutamento tecnológico mais justo”. Duarte Gorrão Fernandes explica que este “é um mercado com um paradigma diferente, em que a procura de talento é muito superior à oferta”, reconhece, mas também não deixa de fora o contexto atual, “em que qualquer empresa é hoje uma empresa de tecnologia”.
Isto não só motiva alterações aos negócios em si mas também à força de trabalho necessária. Um dos exemplos dados por Duarte Gorrão Fernandes é flagrante: o mundo da logística, que já aposta também em profissionais de tecnologia para alavancar o negócio.
Uma das estratégias para garantir que o recrutamento corresponde às expectativas dos candidatos é uma calculadora salarial, disponível online, no site da Kwan. “O tabu dos salários reais ainda faz que os engenheiros aceitem propostas pouco justas”, garante a empresa.
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Em poucos cliques, é possível especificar qual é a profissão dentro do mundo das tecnologias de informação, anos de experiência e vencimento atual. A partir destes três elementos, a calculadora aponta se o candidato está no intervalo de vencimento justo ou se está a ser pago abaixo do valor de mercado.
A Kwan fundamenta os valores desta ferramenta na própria experiência que tem. “É baseada nas cem entrevistas que fazemos por semana” e “nas expectativas salariais dos candidatos”, explica o cofundador, ressalvando que os números são atualizados à medida que o mercado se movimenta. Caso a calculadora indique que o vencimento não está dentro do intervalo correto consoante a experiência e função, é possível deixar os contactos para receber aconselhamento por parte da empresa.
A possibilidade de aconselhamento é outra das estratégias: é possível colocar qualquer questão online ligada a recrutamento no mercado tecnológico, ou até participar nos meetups de encontro para discutir mudanças de carreira ou partilhar experiências.
Movimentações continuam
A Kwan faz cerca de cem entrevistas por semana, para 54 clientes ativos, integrando candidatos em projetos que operam em países como “Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, México ou Angola”, entre outros pontos do globo. O cofundador da Kwan explica que “ainda há êxodo de cérebros para o exterior”, mas que há também quem já esteja de regresso.
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“Muitos foram à procura do eldorado para o Reino Unido, por exemplo”, mas “já não se justifica o esforço de sair do país, especialmente tendo em conta o custo de vida”, mais elevado em outras geografias. Além dos portugueses, os brasileiros ocupam o segundo lugar entre os mais recrutados, atravessando o oceano em busca de maior segurança.
O responsável da Kwan explica que “ainda há alguma disparidade”, mas que “os salários estão a subir” em Portugal, especialmente motivados pelas ofertas salariais de “empresas estrangeiras”, dispostas a pagar mais. “Os salários já não são assim tão baixos em relação a outros países – especialmente se olharmos para o custo de vida”, conclui Duarte Gorrão Fernandes.
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