A Samsung escolheu o Porto para mostrar as novidades da nova gama de televisores QLED ao mercado europeu, no Samsung Fórum, na Alfândega do Porto. Entre as grandes novidades contam-se os equipamentos QLED 8K, de 65 a 98 polegadas.
Depois do Mónaco, o Porto foi a localização escolhida para o Samsung European Forum, que mostra ao continente europeu os produtos que vão chegar aos diferentes territórios ao longo do ano.
Os ‘ponta de lança’ desta linha QLED da marca sul-coreana são os televisores 8K e 4K. No caso do modelo Q900R 8K, a chegada ao mercado será feita com dimensões de polegada generosas, entre as 65 e 98 polegadas. Já as propostas em 4K variam entre as 43 e as 82 polegadas. No total, a linha QLED para este ano contabiliza mais de 20 modelos, indica a fabricante sul-coreana.
Deste alinhamento, Guy Kinnell, vice-presidente da Samsung Electronics na Europa, reconhece que “o modelo de 98 polegadas é o tamanho mais ambicioso de sempre”. A aposta em televisores de maiores dimensões é, aliás, um ponto assente na estratégia da Samsung, para corresponder à demanda dos consumidores. A empresa cita um estudo da IHS Markit, que refere que “o mercado de televisores de 75 polegadas, ou superiores, registou 2,1 milhões de unidades em 2018”. A tendência é que ainda haja maior possibilidade de crescimento: a mesma fonte aponta para um aumento de 43% na procura deste tipo de televisores já em 2019.
As novidades de características
Os novos modelos de 2019 contam com Direct-Full-Array, que possibilita iluminação direta. Desta forma, é prometido um controlo de contraste diferente: o resultado são pretos mais profundos e detalhados, o que, em alguns casos, permite uma reprodução mais fiel dos conteúdos apresentados.
Uma das principais questões dos consumidores relativamente ao 8K está ligada à escassez de conteúdos para corresponder a esta novidade. Essa questão foi abordada durante a apresentação europeia da Samsung. A ideia é que possa ser o próprio televisor a apresentar os conteúdos numa versão otimizada para corresponder às características do televisor.
O Quantum Processor até aqui figurava apenas nos modelos 8K. Agora, será integrado também nos modelos de televisor 4K, para fazer um upscaling da imagem que potencia questões como luminosidade, qualidade de imagem ou som otimizado em cada cena. Tudo isto tirando partido de inteligência artificial, promete a marca.
Na Alfândega do Porto, foi possível colocar à prova algumas das funcionalidades que querem diferenciar estes modelos, como a ‘Ultra Viewing Angle’, que promete um maior ângulo de visualização quando comparada com os modelos antecessores. Desta forma, a imagem é reproduzida de forma fiel, mesmo que o utilizador não esteja numa localização central, em frente à televisão.
Os novos modelos de 2019 vão contar também com HDR10+, um formato de processamento de imagem que promete aumento de contraste e cenas detalhadas.
A juntar a isto, ainda há a promessa da chegada da assistente digital Bixby aos modelos de 2019 – mas só em inglês. Será possível utilizar comandos de voz para aceder a conteúdos.
Como já é conhecido, também a visualização de conteúdos do iTunes estará disponível, além da compatibilidade com AirPlay 2. Recorrendo a este sistema, será possível enviar conteúdos a partir de um iPhone ou iPad para reprodução imediata na Smart TV.
Além disso, também há compatibilidade com a Alexa da Amazon e Google Assistant, o que expande o campo das possibilidades dos comandos de voz.
A aposta no design
Não é segredo que as apostas mais recentes do mercado de televisores têm vindo a desafiar o conceito daquilo que percecionamos como um televisor. Se antes até havia uma tendência para ocultar os modelos para que não perturbem a decoração da sala, agora há até quem encare os televisores como uma peça de design.
O modo ambiente promete “uma maior capacidade de personalização” e o conceito de “lifestyle TV”, descrevem os responsáveis da marca. Quando não está a ser utilizada, o televisor pode mostrar uma imagem ao gosto do utilizador, com diferentes filtros à mistura.
A possibilidade de temas é grande, todos eles com questões dinâmicas: à medida que as horas avançam, o tema adapta-se para dar indicações, como horas, condições meteorológicas ou notícias. Existe ainda outra possibilidade para adaptar este modo à decoração: tirar uma fotografia que mostre o esquema cromático da sala e ver o ecrã adotar rapidamente as cores pretendidas.
As linhas The Frame e The Serif também são fortes apostas de design. Em 2019, adotam a tecnologia QLED. A The Frame, como aponta o nome, tenta transformar o espaço numa galeria de arte. E, para isso, quando não está a ser usada pode facilmente apresentar peças de arte tiradas do Museu Van Gogh ou do Museu do Prado. São mais de mil as obras de arte que podem chegar ao ecrã quando a televisão estiver sem utilização.
Enquanto a The Frame tenta imitar uma moldura, a The Serif foi concebida pelos irmãos Bouroullec com uma estrutura de base artística. Os modelos anteriores de 24 a 40 polegadas crescem em 2019: agora, a The Serif é disponibilizada em 43, 49 e 55 polegadas.
The Wall: o conceito que quer libertar o consumidor
Foi apresentada no CES, em Las Vegas, e também não ficou de fora do alinhamento deste fórum europeu. Trata-se conceito de micro LED modular que, por enquanto, está pensado para o mercado profissional, indicam os responsáveis da Samsung.
Com pequenos módulos sem moldura, fica ao critério do consumidor definir que tamanho de televisor quer, qual a resolução e o rácio de imagem. A Samsung já mostrou duas versões das possibilidades de tamanho deste conceito: 146 polegadas (como foi apresentado no Porto) ou 219 polegadas, a proposta que encheu o olho a muitos dos visitantes do CES deste ano.
Chegada da linha QLED já está marcada
Os novos modelos chegam a Portugal “entre final de março e abril”, indica Paulo Romeiro, da Samsung Portugal. “A compatibilidade com iTunes também vem para Portugal, nos modelos de 2019, imediatamente a partir de março e abril. Estamos a estudar a possibilidade de integração na televisão para os modelos de 2018, a partir de uma atualização de firmware”, refere.
De fora desta aposta ficam, por agora, os modelos mais virados para o design, como a The Frame ou The Serif. “Queremos lançá-los em Portugal, mas neste momento ainda não foi possível. Queremos lançar e vemos que há oportunidade”, ressalva Paulo Romeiro.