Zomato. A app criada para a descoberta gastronómica alimenta-se de big data

    Miguel Alves Ribeiro - Zomato
    Miguel Alves Ribeiro, country manager da Zomato Portugal. (Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

    A empresa está perto de atingir um milhão de utilizadores em Portugal. Graças aos dados, até já serve de consultora a restaurantes.

    Há cinco anos em Portugal, a Zomato está prestes a atingir um milhão de utilizadores em território nacional. “Acredito que vamos chegar ao milhão no final do próximo mês ou no máximo em novembro”, conta Miguel Alves Ribeiro, country manager da Zomato Portugal.

    “Temos 3,6 milhões de sessões por mês na aplicação. Por dia, são partilhadas cinco mil fotografias” na plataforma de exploração gastronómica. As opiniões chegam às três mil, escritas diariamente para os 25 mil restaurantes listados na aplicação e no site, entre Lisboa, Porto e Algarve. Tudo isto gera uma enorme quantidade de dados – o chamado big data – que serve de base ao negócio da Zomato.

    “Muita da estratégia que criamos é feita a partir de análise de big data – onde as pessoas comem, tendências ou áreas onde se concentram.” O responsável prefere usar a designação smart data. “Tentamos retirar todo o ruído que não faz sentido, porque temos muita informação – às vezes informação a mais tira foco e faz-nos perder tempo com coisas que não se justificam.” A partir daí, começa o processo de adaptação. “Manipulamos, de certa forma, a informação e o conteúdo para ir ao encontro das tendências de mercado. E tudo isto é conseguido através de big data de dados do dia-a-dia dos utilizadores.”

    Leia também | A agricultura inteligente é um novo campeonato

    O big data permite adaptar as coleções disponíveis e as sugestões de espaços ao estado do tempo ou à época do ano. No verão, as sugestões apontam para comida saudável ou esplanadas, “noutras épocas, direcionamos para lugares com lareira, escolhemos tópicos que possam ser diferentes – até os melhores sítios para ir quando está a chover”. Miguel Alves Ribeiro refere que não existem dois perfis de utilizador iguais e “as sugestões que aparecem são totalmente diferentes consoante os utilizadores. São baseadas na utilização da plataforma, da pesquisa, o que está à volta ou quem seguem”.

    A Zomato não é a única empresa a usar esta receita e os próprios restaurantes mostram interesse em conhecer os dados recolhidos pela plataforma. “Somos consultados para saber qual é o preço médio que as pessoas procuram, porque alguém está a pensar abrir um restaurante, por exemplo. “Já nos usam como consultores gratuitos, com informação que está disponível na app, baseada na informação dos nossos utilizadores.”

    Leia também | UE aprova criação de uma das maiores base de dados biométricos do mundo

    Miguel Alves Ribeiro refere mesmo que o big data é uma “área sexy”, com capacidade para “deslumbrar”. “Até eu fico deslumbrado, mas na realidade temos de olhar para os pontos certos para encontrar o smart data – e tem sido um dos nossos maiores desafios”, diz o responsável da Zomato.

    A empresa de exploração gastronómica não é a única a reconhecer o potencial e os desafios do big data. A 8 de outubro, o country manager da Zomato Portugal vai mostrar o potencial do big data ao serviço do negócio, no i-Data Meeting, em Lisboa. Além da Zomato, o evento dedicado aos dados terá a presença de responsáveis de áreas como educação, retalho ou saúde.

    Blockchain tem uma nova missão: evitar intoxicações alimentares