Smart ForTwo EQ: Ligaram o pequeno ‘génio’ à eletricidade

smart EQ fortwo
Smart EQ Fortwo Edition Nightsky

Excelente opção para a cidade. O Smart ForTwo EQ Nightsky Edition é um passo de génio na mobilidade urbana

Morei numa daquelas ruas de Lisboa onde nenhum residente tirava o carro só para não perder o lugar – eram escassos e estávamos a perdê-los para hotéis, para ruas de sentido único e estreitas ficarem mais largas. Foi quando tive um Smart ForTwo. Percebi a ideia genial que, em 1998, veio revolucionar a mobilidade urbana. Tanto estacionava de frente, como de lado, em autênticos buracos de agulha. E, de resto, na cidade era ágil, tão ágil quando desejado. Agora, o que é mais genial ainda é este pequeno Smart elétrico – é o matching perfeito atendendo às exigências ambientais das cidades de hoje. O problema: autonomia (até certo ponto).

Comecemos então por aí. A autonomia. Fiz um ensaio de uma semana com o Smart ForTwo EQ Nightsky Edition. Cinco dias para lá e para cá, casa-trabalho e pouco mais. Tudo dentro da cidade de Lisboa. E, no meu caso, percorri 110 quilómetros com uma carga apenas (a marca anuncia um máximo de 159km). Se podia ter recarregado a bateria durante a noite a menos de 500 metros de casa? Sim, podia. Se podia recarregar a caminho do trabalho? Sim, podia. Junto ao meu trabalho poderia deixá-lo ligado à corrente? Não, não podia – e é pena. Na verdade, falta um bocadinho ainda para ser o ideal, em Lisboa, deste ponto de vista. Foi à tangente a utilização de uma semana, mas podia não ter sido se eu tivesse perdido uma meia horita (carrega na totalidade em 54 minutos nos carregadores mais potentes) a meio da semana.

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Imagem exterior deste Smart EQ, com uma combinação entre preto e azul para marcar esta edição elétrica.
A bateria de 17.6 kWh, neste ensaio, alcançou uma autonomia de 110km, ainda que a marca anuncie 159km (consumo anunciado de 13,1-13 kW/100 km). O tempo de carga anunciado, para repor 80%, é de entre seis e seis horas e meia numa tomada “normal”. Nos carregadores mais potentes demora 54 minutos até aos 100%.

Ainda assim, estes carros são pensados para circular dentro da cidade e é aqui que os consumos são realmente baixos. O pára-arranca e as voltinhas não são um problema – bem pelo contrário. Outra grande vantagem é que estes veículos podem estacionar nos lugares pagos da EMEL (com dístico verde) – o que, sem dúvida, constitui mais uma poupança.

Pequeno e ágil na condução, como sempre, o ForTwo EQ debita 82 cv de potência e 160 Nm de binário, entregue de imediato, por ser um motor elétrico. Acelera dos 0 aos 100 km/h em 11,8 segundos. É o quanto basta dentro da cidade, mas é preciso cuidado com o pé se o objetivo é poupar a carga da bateria. Aliado à condução e ao entretenimento, o sistema de infotainment é bem simples e com gráficos funcionais – é mais uma nota positiva.

Por dentro, é uma surpresa mas tem também as suas deceções. O espaço é mais do que suficiente para os dois passageiros e os 230 litros da bagageira até cumprem um propósito bem citadino. Faltam é mais pequenos espaços de arrumação fechados para os objetos do dia a dia ficarem bem escondidos.

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Interior do Smart EQ Fortwo, usa também uma combinação entre preto e azul, tal como o exterior e tem indicadores da bateria. A transmissão é automática e a tração traseira.

A posição de condução é confortável e os bancos não desiludem. Em estradas mais sinuosas, a segurança que o chassis transmite, sente-se bem ao volante. A posição central e baixa das baterias ajudam também a não comprometer o comportamento dinâmico deste Smart elétrico.

No que toca ao preço, o Smart ForTwo EQ Nightsky Edition custa 28.650 euros, mas a versão base está à venda a partir de 23.526 euros.