Motorola: “Portugal não foi um mercado estratégico, mas faz parte do nosso futuro”

Os últimos anos no mercado português não têm sido de boa memória para a icónica marca de telemóveis, mas a empresa promete que nos próximos meses vai assumir outra postura.

“Portugal não foi um mercado estratégico para crescer o nosso negócio”. É desta forma, sem rodeios, que Antony Barounas, vice-presidente da Motorola para a Europa, explica o porquê de nos últimos anos a marca ter deixado de apostar em Portugal e de ter uma expressão marginal no segmento dos smartphones.

“Para mudar coisas tens de começar por algum lado, não podes estar em todo o lado. Queríamos melhorar o lucro dos nossos produtos”, adiantou-nos o responsável.

E a Motorola de facto tinha bastante para mudar. Antes da aquisição da Lenovo, feita em 2014, a marca voltou a gozar de um período dourado junto dos consumidores, muito graças à aquisição feita pela Google em 2011.

Não só a linha Moto G tornou-se sinónimo de boa relação qualidade-preço e de uma experiência Android quase pura, como até do ponto de vista mediático a Motorola voltou a estar ‘na moda’ – incluindo em Portugal.

Mas a marca voltaria a cair num período de ‘silêncio’, inovação incremental e pouco significativa assim que chegou à Lenovo. Continuou a apostar na linha Moto G, a mais populares de todas, mas não diversificou muito a oferta. Agora, sabe-se porquê.

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A Lenovo definiu como grande prioridade, antes de tudo o resto, tornar o negócio Motorola numa divisão lucrativa. Algo que só agora está a ser atingido. “Desde que fomos comprados pela Lenovo, pela primeira vez na Europa vamos ser break even”, contou Antony Barounas. “Para mudar coisas tens de começar por algum lado e não podes estar em todo o lado”.

A empresa decidiu diminuir o seu portfólio de produtos e apostar apenas em mercados onde a fórmula antiga já estava a funcionar – e que incluem países como Espanha, Reino Unido e mercados nórdicos. “As coisas estão a chegar a bom ponto, não tão rápido quanto gostaria, mas estão a chegar a bom porto”.

“Assim que tivermos a casa muito melhor do que antes, vamos para o modo de crescimento. precisamos de aumentar a nossa relevância no mercado”, acrescentou o executivo, que falou especificamente de Portugal.

“Portugal é um mercado importante”, disse num primeiro momento. “Portugal vai fazer parte do caminho que vamos fazer”, disse mais tarde.

Além de aumentar a sua presença em mercados que até agora não foram considerados como prioritários, a Motorola quer também aumentar o preço médio por dispositivo vendido em cerca de 13 euros. Para isso vai continuar a apostar na gama média, mas em equipamentos, como o Moto G7 Plus, que já se posicionam num espectro mais alto do mercado.

“Uma das coisas nas quais nos devemos fazer é focar na linha Moto G, é onde somos fortes. Estamos também a introduzir uma nova linha chamada Motorola One e vamos endereçar um novo segmento de preço que não tínhamos antes”, explicou o vice-presidente.

* A Insider/Dinheiro Vivo viajou para Barcelona a convite da Lenovo

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