Marca chinesa também já arrecada quase 32% do total do valor gerado pela venda de smartphones em Portugal.
A Huawei vendeu 220 mil smartphones nos três primeiros meses do ano, o que lhe garante a continuidade na liderança do mercado português, depois de já ter terminado 2018 em primeiro lugar. Na segunda posição surge a Samsung com 186 mil smartphones vendidos e em terceiro lugar a Apple com 68 mil unidades. No total foram vendido 631 mil smartphones entre janeiro e março.
Os valores foram revelados à Insider por Francisco Jerónimo, analista principal da consultora IDC para a Europa, Médio Oriente e África. Os dados da gigante chinesa juntam as vendas de equipamentos com as marcas Huawei e Honor.
A Huawei garantiu assim, no final do mês de março, uma quota de mercado de 34,9%, bem acima dos 29,4% da sul-coreana Samsung e dos 10,8% da americana Apple.
Comparado com os resultados do primeiro trimestre de 2018, a Huawei apresenta um crescimento de 42,2% em termos de unidades vendidas, tendo a Samsung crescido 26,1% e a Apple caído 18,2%.
Um parâmetro no qual a marca chinesa não lidera é na quota de mercado por valor, isto é, a percentagem de ganhos que cada marca, relativamente ao mercado total, consegue com a venda de smartphones. Aqui é a Samsung a empresa que está à frente, ao ficar com 38,2% das receitas geradas por este segmento de mercado, seguida dos 31,9% da Huawei e dos 21,4% da Apple.
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A discrepância entre a quota de unidades vendidas e a quota do valor ganho está relacionado com o facto de a Samsung vender mais equipamentos que têm um preço médio mais alto.
Além de Portugal, a Huawei terminou o primeiro trimestre como líder de vendas em mais oito países europeus, segundo a informação da IDC. Mas aquele que se perspetivava como um ano positivo, com a liderança europeia, e quem sabe mundial, na mira, pode ser fortemente impactado pela decisão da Google em suspender negócios com a Huawei.
“Isto muda muito essas aspirações e claramente isto vai limitar muito a expansão ou até a presença em muitos mercados. Se efetivamente esta decisão se mantiver, o que vai acontecer é que provavelmente operadores e retalhistas não vão focar-se em vender telefones da Huawei no longo prazo e os próprios consumidores começam a questionar-se se devem ou não comprar”, começa por dizer Francisco Jerónimo, em declarações à Insider.
“Como é óbvio, o Android e os serviços da Google continuam a ser os factores que influenciam a compra de determinados telefones, principalmente telefones Android. Alguém que queira comprar um telefone Android, se souber que não tem Google Maps, não tem YouTube, não tem Gmail, provavelmente vai optar por outra marca e não Huawei”, sublinhou o analista.
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