Sistema desenvolvido pela OpenAI, pelo perigo que representa, não vai ser disponibilizado de forma pública.
A organização sem fins lucrativos OpenAI revelou os primeiros resultados do seu modelo de inteligência artificial de linguagem natural capaz de ler texto, fazer traduções, responder a questões, resumir ideias, escrever notícias e comentários online, e que tem uma “performance do estado da arte”.
O projeto já tinha sido detalhado por Greg Brockman, diretor de tecnologia da OpenAI, numa entrevista à Insider durante a Web Summit. “É capaz de gerar texto que é quase indistinguível de comentários na Amazon, tweets e pode criar spam”, disse, para depois acrescentar: “este são o tipo de coisas às quais não queres que toda a gente tenha acesso”.
A OpenAI reconhece o potencial perigo deste seu novo modelo de inteligência artificial. “Por causa das nossas preocupações sobre o uso malicioso da tecnologia, não vamos disponibilizar o modelo treinado. Vamos antes disponibilizar um modelo muito mais pequeno que pode ser experimentado pelos investigadores”, lê-se no blogue da tecnológica.
O sistema em si, batizado como GPT-2, tem por base 1,5 mil milhões de parâmetros e foi treinado com base em oito milhões de páginas web. Aquilo que o algoritmo faz é prever a próxima palavra a usar, tendo em conta todas as palavras anteriores do texto. Nas experiências que foram demonstradas a alguns meios de comunicação, como a Vox, foi dado à máquina um único parágrafo de texto, sendo que os restantes foram criados pelo algoritmo.
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O próprio Greg Brockman publicou um exemplo de um texto produzido pelo algoritmo:
“O modelo é como um camaleão – adapta-se ao estilo e ao conteúdo do texto condicional. Isto permite ao utilizador gerar continuações realistas e coerentes sobre o tópico que quer”.
A imprensa internacional destaca o perigo que uma ferramenta semelhante pode representar na produção das chamadas fake news.
“Apesar de a inteligência artificial escrever notícias que são algumas vezes convincentes o suficiente que não ficaria surpreendido se as visse num jornal, não consegue escrever verdadeiras notícias: as citações e as estatísticas são todas inventadas”, descreveu o jornalista da Vox sobre o GPT-2.
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