Phil Wolfenden, vice-presidente de serviços técnicos da Cisco para o mercado europeu, que tornar a subsidiária portuguesa numa referência nas áreas de cibersergurança, centros de dados e gestão de redes. Diz ainda que o apoio do governo foi instrumental para este novo investimento que a gigante norte-americana está a fazer em Oeiras.
Estão prometidos 200 novos postos de trabalho até 2021 – dos quais 35 já estão ocupados – e o número pode mesmo vir a aumentar. “Se a Cisco continuar a crescer, vamos continuar a crescer aqui”. Quem o diz é Phil Wolfenden, executivo da tecnológica norte-americana, que esta semana esteve em Portugal para inaugurar um novo centro de experiência e apoio técnico ao cliente.
“Portugal, e Lisboa em particular, é único. Fizeram um bom trabalho em criar talento técnico. Não têm apenas uma boa base em tecnologia, têm mentes abertas”, começou por dizer, em entrevista à Insider, a propósito desta nova aposta. “Têm um bom domínio da língua inglesa, têm confiança para falar sobre tecnologia e têm a melhor fonte de talento da Europa – e é por isso que estamos aqui”.
O novo centro vai ser integrado no edifício que a empresa já ocupa no Lagoas Park, em Oeiras, e também estará distribuído em pequenas unidades por outros edifícios do mesmo complexo empresarial.
Este é o terceiro centro de apoio a clientes que a Cisco tem na Europa – os outros dois estão situados em Bruxelas, Bélgica, e em Cracóvia, Polónia -, mas o plano de Phil Wolfenden para o centro português já está traçado.
O líder da Cisco diz que cibersegurança, centros de dados e gestão de redes vão ser as áreas prioritárias da nova equipa em Oeiras. “Também vemos uma oportunidade para começarmos alguns lugares de costumer success – consultores que estão a trabalhar com os clientes e ajudam-nos a tirar o maior partido daquilo que já compraram à Cisco”, sublinhou.
O vice-presidente diz que estas são posições que implicam uma grande capacidade de relacionamento com o cliente e também de consultoria, áreas nas quais o talento português volta a destacar-se.
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“Pensamos que a cultura no país torna as pessoas mais confiantes, são capazes de falar com os clientes de forma produtiva e vamos fazer os nossos primeiros investimentos em pessoas de costumer sucess aqui também”.
Questionado sobre a guerra de talento que existe neste momento em Portugal, sobretudo por pessoas das áreas técnicas, Phil Wolfenden mostrou-se confiante e disse acreditar que “há talento para todos”.
Sobre este novo investimento em Portugal – e que não é traduzido pela empresa em números além dos postos de trabalho criados -, o porta-voz da Cisco diz ainda que o trabalho do governo e das agências de investimento, como a AICEP, foi um “grande factor que contribuiu para a escolha”.
“Tínhamos dúvidas sobre como é a guerra pelo talento e eles colocaram-nos em contacto com alguns dos nossos concorrentes. Foram muito abertos e com este nível de abertura, é muito fácil fazer negócio aqui”.
Como um dos estúdios mais conceituados do mundo escolheu Lisboa para o seu próximo investimento