Próxima empresa a mudar os exames médicos: o Facebook?

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REUTERS/Beck Diefenbach

A ideia pode parecer descabida, mas tudo muda quando se fala em inteligência artificial neste contexto – algo que o Facebook desenvolve. Um dos projetos da empresa está a trabalhar com investigadores para mudar a forma como os exames médicos de diagnóstico são feitos.

Hoje em dia, para ter acesso a uma ressonância magnética é preciso esperar algum tempo, mais ou menos uma hora, e isto é num caso positivo. As máquinas são caras, precisam de ser operadas por um especialista e há um número limite de exames que são possíveis de realizar no mesmo dia. Tudo para que os médicos possam ver o estado dos órgãos, tecidos e ossos dos pacientes.

Mas e se for a maior rede social do mundo a conseguir mudar a forma como estes exames são feitos? Um conjunto de cientistas do Facebook está a pensar em como é possível alterar este tempo de espera, recorrendo à inteligência artificial, conta a CNN. A ideia passa por treinar um algoritmo que possa acelerar o processo de diagnóstico, sendo alimentado por mais de 10 mil exames de ressonância magnética, fornecidos pela Universidade de Nova Iorque.

À partida, a base de dados anónima de 10 mil exames pode parecer algo diminuta. No entanto, este apanhado de exames fornecerá mais de três milhões de imagens do corpo humano ao algoritmo.

Este modelo funcionará como uma forma de ensinar às máquinas de diagnóstico a reconhecer alguns pormenores dos exames, recorrendo a aprendizagem automática, e fazendo quase um processo de completar ‘espaços’.No final do dia, aquilo que o Facebook espera desenvolver é o conhecimento para que a própria máquina consiga recriar uma parte da imagem, poupando tempo de exame.

Segundo explica Daniel Sodickson, da Universidade de Medicina de Nova Iorque à CNNMoney, o objetivo final será o de “fazer um exame em cinco minutos, vai ser uma verdadeira mudança no jogo”.

A visão é otimista, mas claro que há desafios nesta equação. Um dos principais? Como é que se ensina inteligência artificial a conseguir reconhecer na perfeição uma rotura nos ligamentos, por exemplo?

Por enquanto, o Facebook e a universidade estão em estreita colaboração para conseguir desenvolver a base da pesquisa. Segundo Larry Zitnick, responsável de pesquisa de inteligência artificial do Facebook, a ideia passará também por divulgar as conclusões da investigação a outras entidades, para que o projeto possa ganhar outras dimensões.

Este artigo foi originalmente publicado na edição de 22 de agosto de 2018 do Diário de Notícias