O primeiro smartphone Android faz dez anos. Lembra-se dele?

A 23 de setembro de 2008, era anunciado o primeiro smartphone virado para o mercado comercial com o sistema operativo Android. Dez anos depois, ainda se lembra do HTC Dream?

Em alguns mercados, ficou conhecido como HTC Dream, noutros, como nos Estados Unidos e em algumas partes da Europa, também era chamado T-Mobile G1. Em 2008, quando foi anunciado por Larry Page e Sergey Brin, os principais nomes da Google, poucos adivinhariam a mudança que o sistema operativo Android iria trazer ao mercado. Há dez anos, a concorrência no mercado dos telefones era acérrima, dominada por marcas como a Blackberry ou a Nokia e muitos consideravam que o projeto da tal plataforma Android não se sagraria vencedor.

Curiosamente, os sistemas operativos da Blackberry e da Nokia já não existem hoje. Ambas as marcas continuam a lançar smartphones, mas já com Android incluído.

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Na altura, a palavra smartphone não era propriamente ‘da casa’. O iPhone era algo recente, também, e o conceito de aplicações, que podiam ser descarregadas a partir de uma loja também era uma lógica demasiado recente.

A nível de design, o Dream, fabricado por uma empresa (na altura) pouco conhecida chamada HTC, foi criticado, com muitas das análises feitas a concluir que não tinha um design sexy ou sequer apelativo. E pensar que dez anos depois o ecrã de pouco mais de três polegadas viria a ser considerado pequeno…

O Dream tinha, então, a primeira versão do Android – hoje, a Google já tem anunciado a nona versão, com o Android Pie. Em 2018, o sistema operativo da Google domina por completo o mercado, com uma quota de mercado que ultrapassa os 85%. O facto de o Android ser utilizado por várias marcas também ajuda a avolumar esta percentagem.

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A HTC e a Google anunciavam o Dream a 23 de setembro de 2008, mas a chegada ao mercado demoraria ainda quase um mês: as primeiras unidades chegavam aos Estados Unidos, através do operador T-Mobile, que o renomeava como T-Mobile G1, a 20 de outubro de 2008. E isto aconteceu porque a operadora já disponibilizava rede móvel 3G, o que explica que alguns mercados só tenham visto o primeiro smartphone Android a partir de janeiro de 2009. O Dream/G1 nem chegou a estar disponível em Portugal – por cá, só se recebeu oficialmente o seu sucessor, o HTC Magic, com um preço que rondava os 475 euros.

O Dream tinha características modestas, se olharmos para os smartphones atuais, mas começaria assim a revolução do Android. O teclado QWERTY, que deslizava, acrescentava mais alguns centímetros de espessura ao smartphone. E, na verdade, era necessário, já que esta primeira versão do Android não apostava ainda no teclado virtual – sendo assim, não havia forma de introduzir texto.

Na parte de baixo, o Dream tinha cinco botões: um para a chamada, um botão ‘Home’, um controlo para voltar e ainda um para terminar a chamada. Ao centro, um botão que permitia fazer ‘scroll’ ou escolher as opções. A câmara também era modesta, com pouco mais de 3 MP.

Nas aplicações, o Android também dava os seus primeiros passos. Era possível ter acesso ao Gmail, a contactos da Google, aos mapas ou ao YouTube. Agora, o mundo das aplicações para Android é bem mais complexo, com muitas opções disponíveis.

Em abril de 2009, a T-Mobile anunciava que tinha conseguido vender mais de um milhão de unidades do Dream. Pouco mais de um ano depois, a 27 de julho de 2010, o HTC Dream era oficialmente descontinuado, para dar lugar ao HTC Magic.

Percorra a galeria de imagens para ver o aspeto do primeiro smartphone com Android.