Amazon entra em “guerra” com Trump por contrato com Microsoft de 10 mil milhões

Amazon, reconhecimento facial
REUTERS/Brendan McDermid

O executivo de Trump através do Pentágono foi “sem dúvida tendencioso” na atribuição no contrato milionário relacionado com serviços de cloud, diz a Amazon num processo judicial.

Para a Amazon – na área de serviços da cloud (armazenamento de dados online que é a sustentação de apps, sites e software interno) não há dúvidas: o processo de escolha da empresa para fornecer serviços cloud para o Pentágono para os próximos 10 anos, no valor de 10 mil milhões de dólares, foi “tendencioso” de acordo com uma denúncia colocada no Tribunal Federal de Queixas dos EUA.

O CEO da AWS (Amazon Web Services) Andy Jassy foi quem fez a revelação numa reunião da empresa esta quinta-feira e tudo foi confirmado, entretanto, pela própria AMS, indicando que o processo foi submetido a semana passada.

A empresa que domina o setor da cloud e já fornece serviços para a CIA e outros organismos, acredita que Donald Trump está por trás da decisão, não só porque o presidente dos EUA não tem boa relação com Jeff Bezos, mas também por declarações recentes. “Vários aspectos do processo de avaliação do JEDI (Joint Enterprise Defense Infrastructure) continham deficiências claras, erros e preconceitos inconfundíveis – e é importante que esses assuntos sejam examinados e corrigidos”, indicou a Amazon à CNBC.

O Pentágono anunciou a decisão de que a Microsoft venceu o contrato a 25 de outubro, depois de muitos atrasos. Em agosto, foi anunciado pelo próprio Pentágono que iria rever o processo de escolha depois de declarações de Donald Trump a denunciar reclamações contra a Amazon. O presidente norte-americano explicou em julho que Microsoft, IBM e Oracle contestaram as especificações do contrato por favorecerem a Amazon.

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“Nunca tive nada em mãos com tantas reclamações e isso inclui algumas das maiores empresas do mundo”, explicou Trump na Casa Branca sobre esse mesmo contrato no início do mês passado.

O Pentágono não reagiu ainda, nem tão pouco a Microsoft, cujo serviço Azure foi o vencedor do contrato lucrativo. Apesar de ser o líder por larga margem do setor da cloud, a Amazon não está a crescer tanto quando a Microsoft que teve uma subida de 59% no terceiro trimestre – enquanto a Amazon cresceu 35%.

Um contrato como este com o Pentágono pode dar à Microsoft uma dimensão mais próxima da Amazon no mercado da cloud, que está em franca expansão e onde a Cloudflare, que abriu um centro técnico em Lisboa este verão é outro dos gigantes.