Antes de as atualizações chegarem aos smartphones dos utilizadores, são testadas internamente por funcionários das empresas. Depois de se ter tornado público que o Facebook teria uma VPN para recolher dados de utilizadores, em troco de pagamentos, a Apple terá retirado o acesso às apps internas de teste do Facebook, no sistema operativo iOS.
A notícia está a ser avançada pelo site The Verge, que cita uma fonte próxima da situação. “Versões iniciais de teste do Facebook, Instagram, Messenger e outras versões ainda não lançadas de ‘dogfood’ [versões beta, de teste], deixaram de funcionar” no sistema operativo da maçã.
Esta terá sido a forma de a Apple reagir a esta aplicação de pesquisa do Facebook. O site TechCrunch escrevia que este serviço de VPN contornava a App Store, a loja de aplicações da Apple. Segundo os meios internacionais, estas aplicações deveriam ser utilizadas por funcionários da empresa – e não por utilizadores comuns.
Ao site Recode, a Apple terá dito que “se trata de uma quebra no acordo [que o Facebook] tem com a Apple”.
Ao revogar o acesso a estas aplicações de teste no iOS, os funcionários do Facebook não estarão a conseguir ter aceder a muitas das funcionalidades que estão a ser testadas.
O Facebook já emitiu um comentário oficial sobre a notícia da aplicação Research, onde indica que os participantes nesta pesquisa “davam a sua autorização e eram pagos pela participação”. Relativamente ao assunto do bloqueio das aplicações de teste no iOS, a rede social ainda não emitiu o seu parecer.
As relações entre a Apple e o Facebook não estão a atravessar os melhores dias. No ano passado, Tim Cook foi um duro crítico da forma como o Facebook enfrentou o escândalo de privacidade causado pela forma de atuação da Cambridge Analytica. Recentemente, o CEO da Apple voltou à carga, desta vez num artigo para a revista Time, onde pediu mais normas para as tecnológicas e uma maior proteção da privacidade dos utilizadores de redes sociais.
Em jeito de resposta, Mark Zuckerberg, diretor-geral e fundador do Facebook, escreveu um artigo de opinião para o The Wall Street Journal, onde referia que a rede social “não venderia os dados dos utilizadores”.