Apple responde a Spotify: “quer benefícios mas sem contribuir para o mercado”

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REUTERS/David Gray TPX

Esta semana, o Spotify avançou com uma queixa na Comissão Europeia contra a Apple, considerando as práticas da tecnológica como abusivas. A Apple já respondeu, indicando que o Spotify “envolve as suas motivações financeiras numa retórica que induz as pessoas em erro”.

Numa nota de imprensa, a Apple responde à queixa do Spotify, indicando que o serviço de streaming “tem todo o direito em determinar o seu modelo de negócio, mas que sentem a obrigação de responder quando o Spotify envolve as suas motivações financeiras numa retórica que induz as pessoas em erro relativamente à identidade da Apple”, reforçando que a empresa americana “está a apoiar programadores independente, músicos, compositores e criadores de todas as formas”.

A Apple vai mais longe: “o Spotify quer todos os benefícios de uma aplicação gratuita sem ser grátis”. Na queixa apresentada à Comissão Europeia, o serviço de streaming sueco apontava o dedo à Apple pela cobrança de uma taxa de 30%, aplicada às transações feitas  Para a Apple, é simples: o Spotify apontou a taxa de 30% “mas deixaram de fora que esta cobrança desce para os 15% nos anos seguintes”.

A tecnológica norte-americana critica ponto a ponto a argumentação da empresa de Daniel Ek, concluindo que o “o Spotify quer todos os benefícios de estar no ecossistema da App Store – incluindo as substanciais receitas que retiram dos clientes da App Store – mas sem fazer qualquer contribuição para este mercado”.

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Também há outro apontar de dedo da Apple ao Spotify, referindo o tratamento aos artistas. Nos últimos anos, o Spotify tem sido várias vezes acusado de pagar pouco aos artistas. Episódios como o da cantora Taylor Swift retirar todo o seu catálogo do serviço de streaming ou as críticas de Thom Yorke, vocalista dos britânicos Radiohead, fizeram correr muita tinta. “Ao mesmo tempo, [o Spotify] quer distribuir a música que os clientes adoram mas tudo isto a fazer contribuições cada vez mais pequenas para os artistas, músicos e compositores que as criaram”, é possível ler.

Na queixa apresentada, uma das bandeiras do Spotify foi o facto de a Apple ser também dona de um serviço de streaming, o Apple Music. Curiosamente, este ponto fica sem resposta por parte da Apple – pelo menos diretamente. Na queixa do Spotify, era dito que a “a Apple tanto assumia o papel de concorrente como o de árbitro” neste campeonato do streaming. Resta agora saber qual será o próximo episódio desta disputa entre Apple versus Spotify.

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