A Blippar foi uma das primeiras empresas a apostar em realidade aumentada e a conseguir estatuto no mercado. Só no ano passado perdeu 44 milhões de dólares.
A empresa britânica Blippar era vista como uma das grandes promessas na área da realidade aumentada (AR): primeiro porque foi pioneira neste segmento; depois porque chegou a ter uma valorização de 1,5 mil milhões de dólares. Agora a tecnológica pode estar prestes a fechar portas.
A Blippar entrou num Processo Especial de Revitalização (PER), um mecanismo que é alternativo à insolvência e que coloca a empresa em negociação com os seus credores. Após feito o pedido, um tribunal nomeia um administrador provisório que tem como principal objetivo gerir os ativos existentes no interesse dos credores da empresa em vias de insolvência.
A tecnológica britânica atribui a situação financeira a um conflito de interesses entre investidores: o fundo de investimento malaio Khazanah Nasional, um dos principais acionistas na Blippar, terá bloqueado uma nova ronda de financiamento da empresa, que pretendia encaixar cinco milhões de dólares.
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“Os serviços da Blippar provavelmente vão parar assim que o administrador judicial tomar controlo do negócio e dos seus servidores”, avisa a tecnológica em comunicado.
Na área da realidade aumentada, a Blippar começou por disponibilizar uma aplicação que analisava objetos do dia a dia e dava aos utilizadores mais contexto sobre o item ou uma experiência digital mais alargada.
Mais tarde a startup focou-se no mercado empresarial, com o objetivo de licenciar a sua tecnologia a outras empresas que quisessem criar experiências de realidade aumentada em nome próprio.
Apesar de o PER surgir como uma surpresa, já há alguns meses que se acumulavam sinais de que algo não estava bem no reino da Blippar: além da perda de 44 milhões de dólares no ano fiscal de 2017, vários executivos abandonaram a empresa ao longo de 2018.
O diretor executivo da empresa, Ambarish Mitra, esteve recentemente em Lisboa, para participar na terceira edição da Web Summit.
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