Não compete com os topos de gama, mas sim na categoria de smartphones resistentes e prontos para tudo. A Cat aposta na elegância no novo S52, que tenta encontrar novos clientes para a marca perita em atividades arrojadas e ao ar livre. Falámos com responsável da marca que explica que os portugueses são mais adeptos dos telefones “rugged” do que os espanhóis.
A Cat volta à carga com um smartphone ao bom estilo da Caterpillar, famosa marca de maquinaria e veículos a pensar na construção civil. O novo S52, ao contrário do popular e monstruoso S61, é bem mais fino e elegante, ao estilo um smartphone normal.
Os modelos da Cat – que são fabricados pela Bullit desde 2013 sob licença da Caterpillar – são conhecidos por serem robustos, corpulentos e resistentes – tanto à água como ao pó. O S52 tenta desafiar as expectativas dos consumidores e provar que é possível ter um telefone pronto para tudo, combinando a resistência de grau militar com um design que o torna capaz de não perturbar no bolso.
Não só requer capa, como é mais fino do que alguns dos smartphone regulares do mercado – tem uma espessura um pouco maior do que um iPhone 11 (9,69mm contra 8,3mm) tendo uma camada de proteção que nenhum dos smartphones comuns consegue oferecer. O peso também surpreende para um modelo tão robusto, ficando-se pelas 210 gramas (o iPhone 11 tem 194g). O aspeto é simples e sóbrio, como é apanágio da marca que tem maior valor para trabalhadores nas áreas da construção, mineração, ou qualquer um em que dê jeito ter um telefone resistente a quase tudo, que é pouco afoito a escorregar da mão e é totalmente à prova de água e poeiras.
Ao contrário do mais completo e muito maior e mais espesso S61, que testámos no início do ano, o S52 não tem câmara térmica nem medidor de distâncias através de laser.
É mais fácil perceber as suas valências com estes tópicos (e alguns testes) anunciados pela marca que mostram o lado da resistência, mas também características que nos ajudam se nos perdermos no deserto ou junto a um rio:
– Botões com acabamento 100% em metal e conectores isolados à prova de água e poeiras a completar o design resistente mas pocket-friendly.
– Foi extensamente testado, em betão a uma altura de 1,5m, em todas as superfícies e cantos. É resistente às poeiras e totalmente à prova de água, superando a norma IP68 (impermeável até uma profundidade de 1,5m por 35 minutos)
– Oferece norma militar (US military MIL-STD-810G), com testes extremos que incluem choques térmicos (diferenças de temperatura elevadas entre -30 °C e 65 °C durante 24 horas), temperaturas extremas de alta e baixa temperatura, testes de queda e vibração assim como nevoeiro salino. Sujeito a ensaios de queda: Até 1,5 m em betão.
– É reforçado por uma estrutura de alumínio de alta qualidade, com uma traseira de TPU emborrachada antiderrapante. O ecrã é protegido por um painel grosso de vidro temperado e resistente a arranhões Corning Gorilla Glass 6, e apresenta-se sob um aro protetor à sua volta.
– Bateria de 3.100mAh e ao chipset Mediatek Helio P35 de 12nm com eficiência de energia, oferece “um dia e meio de vida útil de bateria no mundo real”, diz a marca
– Câmara principal com sensor de 12 MP da Sony, f/1.8, 1,4 μm, PDAF de pixéis duplos, EIS
– Inclui leitor de impressões digitais na traseira (é o primeiro telefone Cat com esta funcionalidade)
– Vem com Rádio FM
– Tipo de SIM: Nano SIM, SIM simples e duplo
– GPS: GPS, Glonass, BeiDou (consoante a variante), Galileo
O ecrã 5,65 polegadas HD+ (1440 x 720) no formato 18:9 traz tecnologia para ajudar a utilizar com luvas ou dedos molhados e, embora não seja o telefone mais luxuoso ou brilhante do mercado – não compete com os topos de gama -, é claramente o mais resistente. Vem com Android 9 com algumas adaptações feitas pela Cat para dar foco à simplicidade e onde não falta uma app, Toolbox, que nos liga diretamente a apps pensadas para o mundo do trabalho. Encontramos por lá bússolas, apps especializadas na posição do sol ou na medição da inclinação ou elevação de um objeto ou lugar ou até outras com mapas e trilhos offline, para navegação sem internet para fãs do ar livre.
A Bullit diz em comunicado que um 1 em cada 3 europeus danificaram gravemente o seu smartphone com quedas e percalços nos últimos três anos, dando como solução o seu novo modelo mais fino do que os anteriores. O preço faz jus ao seu valor para quem valoriza a resistência: custa 549,90 euros e fica disponível a partir de 5 de dezembro, no site ou nas lojas.
Portugal, “um mercado mais maduro e ativo do que Espanha”
Ao Dinheiro Vivo/Insider, Carolina Lopez, Head of Marketing para a Península Ibérica do Grupo Bullit, explicou que a empresa deposita grande esperança no seu smartphone mais fino de sempre até para aqueles utilizadores “que simplesmente não querem correr o risco de partir o seu telefone outra vez”. Ou seja, com o S52 estão “a apostar num público bastante mais amplo”, do que os habituais profissionais e clientes com necessidades específicas” dos produtos anteriores.
O S52 “oferece a durabilidade de qualquer Cat, mas também todas as especificações exigidas pelos consumidores num smartphone”, daí que a aposta seja agora também “nas mulheres, nos jovens e em todo tipo de consumidor que exija durabilidade de uma marca confiável e reconhecível”. Carolina Lopez diz mesmo que um equipamento mais fino foi um pedido de alguns clientes.
A marca procura continuar o caminho do sucesso do maior S61, embora de forma mais geral. No caso do S61, “a sua câmara térmica, o sensor de qualidade do ar e o laser de distâncias são muito procurados em Portugal”. “Portugal é um mercado mais maduro e ativo em comparação com o de Espanha”, já que os “smartphones robustos da Cat são bem conhecidos em Portugal, portanto, neste sentido, Portugal é um mercado essencial para a Cat”, explica a responsável.
E quem são os utilizadores portugueses deste tipo de telefones pronto para tudo? “Temos clientes Cat numa ampla gama de setores”, desde os “diferentes setores militares, de defesa e de primeiros socorros”, “no entanto, os ambientes de construção, agricultura e industrial são os setores com maior procura em toda a Península Ibérica”, adiante Carolina Lopez.