Estratégia da Apple está cada vez mais focada em serviços

Tim Cook Apple
Foto: REUTERS/Stephen Lam

Em entrevista à CNBC, Tim Cook, o CEO da Apple, falou sobre vendas de equipamentos, criticou a concorrência e ainda deixou clara a estratégia da marca para este ano: a aposta nos serviços.

Se, por um lado, a Apple continua a destacar a importância de vender equipamentos, Cook também promete mais serviços com a marca da maçã já para este ano. O CEO da Apple não especificou, durante a entrevista à CNBC, quais serão as aplicações deste serviço, mas muitas foram as vozes que questionam se isto não será a chegada de um serviço de televisão com a chancela da Apple.

Ao longo do último ano, a Apple tem vindo a investir muito dinheiro em conteúdos originais de televisão. Em junho de 2018, o site The Verge apontava que este montante poderia chegar aos mil milhões de dólares – mesmo sem grande público preparado para assistir a estes ‘programas’.

Além disso, também têm chegado ao mercado anúncios curiosos, com um número crescente de equipamentos a apresentar a compatibilidade com AirPlay ou o HomeKit. O resultado? Uma maneira mais simples de enviar conteúdos do iPhone ou iPad diretamente para televisores, por exemplo. Além disso, há também o momento de abertura da tecnológica, com o anúncio de que os televisores da Samsung – uma eterna rival – passariam a ser compatíveis com o iTunes.

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Mas, aparentemente, não será só pelo entretenimento que passa esta aposta nos serviços. Segundo Cook, o CEO da Apple gostaria de deixar como marca da empresa, para o futuro, “uma contribuição para a saúde”. Cook chega mesmo a dizer que a Apple está a “democratizar” o setor da saúde.

No ano passado, o novo Apple Watch Series 4 já foi lançado com funcionalidades para fazer electrocardiogramas apenas ao carregar num botão. Além disso, a marca também está a expandir as potencialidades do programa ResearchKit, uma plataforma para que universidades e centros de investigação médica, possam ter acesso a um considerável banco de dados para fazer investigação e, quem sabe, ter oportunidade para curar mais doenças.

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Menos vendas de iPhone Xr? “Bologna”, diz Cook

No ano passado, a Apple anunciou que deixaria de dar informações ao mercado sobre o número de equipamentos que vende. Já este ano, anunciou que tinha previsões mais baixas para os resultados trimestrais. O mercado reagiu de forma negativa, o que levou a uma queda das ações da Apple.

Quando anunciou estes resultados menos favoráveis, Cook justificou os números com as vendas de iPhone na China, abaixo das esperadas. E, algumas notícias avançadas por meios especializados, referiam também a fraca contribuição dos iPhone Xr para as vendas totais do trimestre da Apple.

Questionado sobre um possível “flop” do iPhone Xr, Cook responde com “bologna, I call bologna on that”, desvalorizando as afirmações que têm vindo a ser feitas por muitos analistas de mercado. Cook vai mais longe: “desde que começámos a vender o iPhone Xr, este tem sido o nosso iPhone mais popular, todos os dias, a cada dia”.

E, ao longo da conversa com Jim Cramer, também realçou a importância da Índia para o futuro da Apple. “É um grande foco”, referiu, realçando também que a empresa está a trabalhar lado a lado com a equipa local. “Acreditamos que vamos ter melhores resultados, em algum ponto, no futuro. E não estou a entrar em modo de previsão, é um mercado importante para nós”, disse Cook.

 

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