EUA acusam Huawei de 23 crimes. Empresa chinesa nega alegações

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Foto: REUTERS/Thomas Peter

Braço de ferro entre os EUA e a tecnológica chinesa passou para um novo patamar. Caso pode afetar ainda mais as tensões comerciais dos norte-americanos com a China.

O Departamento de Justiça dos EUA acusou formalmente a Huawei, duas empresas afiliadas e a sua diretora financeira, Meng Wanzhou, da prática de 23 crimes. A gigante chinesa já respondeu, negando todas as acusações.

“As atividades criminais desta acusação remontam há dez anos e vão até ao topo da empresa”, disse Christopher A. Wray, diretor do FBI, citado pelo The Washington Post. “[A Huawei] Representa um duplo risco, tanto para a economia como para a segurança nacional, e a magnitude destas acusações tornam claro quão sério o FBI está a levar esta ameaça”.

“A empresa nega que tenha cometido, ou as suas subsidiárias e afiliadas, as violações da lei norte-americana usadas em cada acusação, não conhece qualquer transgressão da Sra. Meng e acredita que os tribunais dos EUA vão acabar por chegar à mesma conclusão”, disse a Huawei em comunicado.

Os EUA acusam a Huawei de fraude bancária, do roubo de segredos comerciais ao operador T-Mobile, assim como de violar as sanções que os EUA têm contra o Irão e de conspirar contra a justiça na investigação sobre este caso particular.

A acusação formal por parte da justiça norte-americana é o cristalizar de uma guerra entre os EUA e a Huawei que dura há vários meses e que entretanto começou a ganhar escala global.

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A infraestrutura de rede 5G da tecnológica chinesa começou a ser questionada e bloqueada em vários países, acima de tudo por suspeitas de falta de segurança e possíveis ligações da Huawei ao governo chinês.

Em Portugal, a subsidiária já realizou duas auditorias internas de segurança e diz que o investimento que a empresa-mãe vai fazer nesta área também engloba o país. A tecnológica garante ainda que vai trabalhar com todos os operadores no lançamento de redes 5G no país.

“Estamos dispostos a tomar várias medidas pró-ativas em relação aos temas de segurança para aliviar qualquer motivo de preocupação”, disse Tony Li, diretor executivo da Huawei Technologies Portugal, em respostas por email à Insider/Dinheiro Vivo, em meados de janeiro.

“Em Portugal, seguimos escrupulosamente os requerimentos da lei e regulação local, incluindo a lei da proteção de dados da União Europeia”, acrescentou na altura.

“A Huawei nunca foi, nem nunca será, uma ameaça à segurança”