Facebook. Sheryl Sandberg terá pedido para investigar os investimentos de George Soros

Sheryl Sandberg
Reuters/Joshua Roberts

A responsável pelas operações do Facebook, Sheryl Sandberg, volta a estar na mira do jornal New York Times. Desta vez, é revelado que Sandberg terá pedido para investigar os investimentos feitos pelo milionário George Soros.

Há duas semanas, o New York Times trouxe a público um extenso relato, onde mostra as movimentações internas que decorreram no Facebook para fazer frente ao escândalo da Cambridge Analytica. Entre vários assuntos, era mencionado que o Facebook contratou uma empresa de relações públicas chamada, Definers Public Affairs, com ligações ao partido republicano norte-americano.

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E terá sido esta empresa que terá, segundo o NYT, usado como estratégia para descredibilizar os críticos a partilha de teorias de conspiração anti-semitas, que ligariam os grupos mais críticos ao multimilionário e filantropo George Soros, de 87 anos. O multimilionário húngaro-americano tem sido por várias vezes alvo de grupos nacionalistas e populistas, que chegam inclusive a descrever as práticas de Soros como manipuladoras da democracia.

O Facebook e Soros entraram em rota de colisão há algum tempo, depois da ligação do multimilionário à campanha Freedom from Facebook. Em linhas muito gerais, esta campanha junta várias vozes críticas às práticas da rede social.

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Ainda na sequência do relato do New York Times, tanto Mark Zuckerberg como Sheryl Sandberg, o braço direito do fundador da rede social, vieram a público dizer que não tinham conhecimento das práticas da agência Definers. Esta quinta-feira, o New York Times revela que, através de email, a diretora de operações do Facebook terá pedido a funcionários de comunicação que investigassem os investimentos feitos por George Soros, também ele uma voz crítica às práticas das empresas tecnológicas.

Segundo o New York Times, estes registos de emails, que surgem através de fontes que preferem não ser identificadas, indicará que Sandberg teria conhecimento do tipo de práticas levadas a cabo pela agência de comunicação. A correspondência terá inclusive sido enviada poucos dias depois de um corrosivo discurso de Soros, no Fórum Económico Mundial, em Davos, no início deste ano.

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“Facebook e Google são uma ameaça à sociedade”, disse, na altura, o milionário e investidor, pedindo mais regulação para as práticas das tecnológicas. “Estas empresas enganam os utilizadores ao manipular a sua atenção e dirigi-la para os seus próprios interesses comerciais”, afirmava Soros, recordando obras literárias como ‘1984’, escrito por George Orwell, que retrata uma distopia onde o mundo é controlado por um Grande Irmão, que tudo vê e tudo sabe.

Em resposta ao NYT, os representantes do Facebook já confirmaram que o pedido foi efetivamente feito por Sandberg, justificando que “Soros é um investidor proeminente e que foram analisados os seus investimentos e atividades de negócio ligadas ao Facebook. A investigação já estava a decorrer quando Sheryl [Sandberh] enviou um email a perguntar se Soros tinha diminuído o seu número de ações do Facebook”.