A ferramenta profissional do Facebook, o Workplace, ganhou 66,6% clientes pagos desde outubro passado e anuncia novidades que incluem realidade virtual e ecrãs inteligentes.
Não é do conhecimento do público em geral, mas o Facebook tem há alguns anos uma plataforma de colaboração profissional chamada Workplace e que não só serve os seus 45 mil funcionários, como é também um negócio com clientes pagos externos à empresa. O Facebook anunciou esta quinta-feira que o serviço rival do Slack ou do Teams, da Microsoft, tinha três milhões de clientes em outubro passado e passou agora a ter mais de 5 milhões de utilizadores pagos, uma subida de dois milhões – 66,6%. Quase todos em tempos de pandemia.
Muitos serviços de colaboração profissional têm tido um crescimento nesta altura de aumento exponencial do teletrabalho e em março o Slack conseguiu superar os 12,5 milhões de utilizadores em simultâneo, enquanto o Teams (incluído nos pacotes empresariais da Microsoft para outros serviços) atingiu 44 milhões de clientes e 75 milhões de utilizadores ativos em abril – um salto de 70% face ao mês anterior.
Novos serviços “pelo futuro do trabalho”
Esse não foi o único anúncio sobre o serviço que o Facebook – que tem andado ao rubro em anúncios no último mês – fez hoje. Mark Zuckerberg, que já ontem tinha apresentado o Facebook Shops, para dar novas ferramentas para as pequenas empresas venderem online, anunciou novas funcionalidades associadas ao Workplace, incluindo um serviço de videoconferência chamado Workplace Rooms – já tinha lançado em abril a versão não profissional Messenger Rooms – e que é rival do popular Zoom.
Com ele chegam também legendas com tradução automática ao vivo em seis idiomas para os vídeos do Workplace Live nas transmissões em direto e a possibilidade de inserir um formato ‘Pergunta/Resposta’ dentro da emissão.
Tal como outras empresas tecnológicas – o Twitter já o tinha anunciado a semana passada -, o Facebook anunciou hoje que vai dar aos seus trabalhadores a hipótese de trabalharem de casa, mesmo depois da pandemia. Dentro do conceito das novas valências do Workplace, Zuckerberg diz que estão focadas naquele que será “o futuro do trabalho”. O CEO da maior rede social do planeta já tinha dito há dois anos e repetiu o ano passado que vê um futuro próximo em que a maioria das reuniões não sejam presenciais (com ajuda da realidade virtual), dando liberdade a cada de um de viver onde quer e poder trabalhar de casa sem perder nada por isso.
Voltando às novidades apresentadas, agora há a possibilidade de se usar para as videochamadas do Workplace o Portal, um dispositivo ao estilo coluna inteligente e com ecrã e câmara pensado para as videochamadas que o Facebook lançou o ano passado – oficialmente não está à venda em Portugal mas é possível comprá-lo pela Amazon.
Uma das paixões de Zuckerberg, a realidade virtual, também é agora incluída no serviço através dos óculos da realidade virtual da Oculus – outra das empresas que o Facebook comprou nos últimos anos. O Facebook indica que o dispositivo passa a integrar “o leque de ferramentas disponíveis para as empresas, para quem procura um tipo de colaboração mais interativa”, é indicado em comunicado.