A criptomoeda Libra, anunciada em junho pelo Facebook, poderá vir a perder dois apoios de peso. Segundo o Wall Street Journal, a Visa e a Mastercard estarão a repensar o apoio à Libra.
Depois de críticas dos bancos centrais, reguladores e também de alguns governos europeus, a moeda do Facebook pode vir a enfrentar um novo golpe. A notícia avançada pelo Wall Street Journal, que cita fontes próximas às negociações, aponta que empresas como a Visa e a Mastercard estão a reconsiderar a participação e apoio nos primeiros passos da criptomoeda e carteira digital.
O WSJ refere ainda que há mais empresas a reconsiderar a participação, especialmente depois do escrutínio em vários mercados. A Visa e a Mastercard fazem parte da Associação Libra, grupo criado para desenvolver a criptomoeda e serviços de apoio. Esta semana, os participantes desta associação vão estar em Washington, nos Estados Unidos, para uma reunião sobre o estado da associação.
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Entretanto, David Marcus, responsável pelo desenvolvimento da moeda do Facebook, já reagiu à notícia do Wall Street Journal. Através do Twitter, frisa que “para a Libra ser bem sucedida são necessários membros empenhados”. “Ao mesmo tempo em que não tenho conhecimento de organizações específicas que estejam interessadas em sair [da associação], estar comprometido com esta missão é mais importante do que qualquer outra coisa”, indicou na rede social.
“Mudanças desta magnitude são difíceis, requerem coragem e o percurso será longo”, aponta o responsável pelo desenvolvimento da Libra, dentro do Facebook.
2) change of this magnitude is hard and requires courage + it will be a long journey. For Libra to succeed it needs committed members, and while I have no knowledge of specific organizations plans to not step up, commitment to the mission is more important than anything else;
— David Marcus (@davidmarcus) October 1, 2019
David Marcus vai mais longe e nega também “as sugestões de que não foram partilhadas informações detalhadas sobre a segurança da Libra e a proteção da rede contra contra atividades ilegais”. O responsável da Libra tece críticas ao “tom do artigo”, descrevendo o estado dos parceiros envolvidos como “muito calmo e confiante de que vão ser resolvidas as preocupações levantadas pelo anúncio da Libra”.
O mesmo responsável garantiu, também através do Twitter, que a primeira vaga de membros da Associação Libra será formalizada “nas próximas semanas”.
Assim que foi apresentada, com uma possível data de lançamento em 2020, a Libra foi alvo de críticas e os reguladores de mercado demonstraram sérias preocupações. A Comissão Europeia também já garantiu que quer manter debaixo de olho o desenvolvimento da Associação Libra, nomeadamente na área da concorrência.
No final de setembro, tanto o governo alemão como o francês teceram críticas à moeda do Facebook, indicando que não querem o desenvolvimento desta moeda em solo europeu.
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