A gigante chinesa não desistiu do seu ambicioso projeto de lançar o HongMeng OS, um sistema operativo feito pela própria marca e que pode ser plano B para o sistema Android.
De acordo com um relatório do site chinês Global Times, a empresa pode vir a apresentar um telemóvel que funcione com o sistema HongMeng OS até ao final deste ano. O relatório sugere que o dispositivo deverá ser de gama média e pode custar cerca de 250 euros.
O objetivo da marca é atrair programadores e utilizadores para o ecossistema que está a ser construído para competir com o sistema operacional Android, da Google. Desta forma, o objetivo pode não ser inicialmente vender grandes volumes desse modelo, mas sim introduzir o HongMeng OS num pacote de aparelhos de baixo custo.
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A companhia está pronta para começar a sua conferência de programadores em Dongguan, na China, esta sexta-feira e pretende aproveitar a oportunidade para anunciar oficialmente o seu novo sistema operativo. A imprensa chinesa constatou que o HongMeng OS vai funcionar em vários dispositivos diferentes, inclusive nos televisores com Smart TV e modelos da marca Honor, os modelos low-cost da Huawei.
A Huawei esforçou-se para construir de forma rápida o seu próprio sistema operativo depois do chamado bloqueio dos EUA à empresa, que levou companhias como a Google, a Intel e a Qualcomm, a quebrar a relacção comercial com a gigante de telecomunicações chinesa. O presidente Trump disse recentemente que vai permitir que a companhia chinesa retome o comércio com as empresas dos EUA, porém, ainda não há indicação clara de apoio do setor.
Durante a divulgação dos resultados de receitas da Huawei, na semana passada, o presidente, Liang Hua, afirmou que para já o Android é o sistema operativo preferido para os telemóveis da empresa, o HongMeng OS é parte de uma “estratégia de longo prazo”.
Não há indicação de que a Huawei torne o HongMeng OS o sistema principal para todos os seus dispositivos móveis. Contudo, dada a recente mudança geopolítica, o novo sistema operativo é peça essencial de uma estratégia de salvaguarda perante o monopólio das empresas de tecnologia norte-americanas, nomeadamente a Google e o sistema Android.