Foram necessários dois anos de estudo para conseguir que 75% das células vivessem neste dispositivo feito numa impressora 3D.
Um grupo de investigadores da Universidade do Minnesota, nos EUA, criou um órgão através de impressão 3D que pode ajudar pessoas com lesões na medula espinal a recuperar controlo de alguns músculos.
Este dispositivo, que tem silicone como base e células estaminais neurais no interior, funciona como uma ponte entre as células nervosas saudáveis na medula espinal do paciente. Quando o implante estiver totalmente desenvolvido, pode ser aplicado através de uma cirurgia.
“Até agora, não há tratamentos bons e precisos para aqueles que têm lesões de longo termo na medula espinal. Este é um primeiro passo entusiasmante no desenvolvimento de um tratamento para estas pessoas”, disse Ann Parr, coautora da investigação, citada pela Universidade do Minnesota.
Foi também revelado um vídeo que mostra o processo de criação deste órgão 3D.
Além de poderem ganhar o controlo de alguns músculos, os pacientes que vierem a receber este dispositivo também podem recuperar controlo sobre órgãos como a bexiga.
Os resultados do estudo, publicados este mês, dizem respeito a dois anos de investigação. As células estaminais neurais são criadas com base em células de pele ou de sangue de um adulto. Através de técnicas de bioengenharia, os investigadores conseguem ‘reprogramá-las’ em células nervosas.
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“O facto de termos conseguido manter 75% das células vivas durante o processo de impressão 3D e de as termos transformado em neurónios saudáveis é espetacular”, sublinhou em comunicado Michael McAlpine, também coautor da investigação.
Este artigo foi originalmente publicado na edição de 14 de agosto de 2018 do Diário de Notícias