Microsoft e Governo assinam memorando de entendimento, com o objetivo de formar 200 mil portugueses

Microsoft, Windows 7
(Patrícia de Melo/AFP)

Paula Panarra e Pedro Siza Vieira assinaram esta manhã um memorando de entendimento entre a Microsoft e o Ministério da Economia. Com uma forte componente de formação de competências para o digital, as duas partes querem formar cerca de 200 mil pessoas no espaço de dois anos.

Capacitar mais portugueses para a área do digital, apoiar startups e empresas, dotar os trabalhadores da Administração Pública de novas competências digitais e contribuir para um Estado mais digital. Estas são as principais linhas do memorando de entendimento assinado esta manhã entre a Microsoft e o Ministério da Economia.

“Temos hoje coletivamente a consciência de que as tecnologias digitais são a forma de acelerar a transformação que queremos para o país”, afirmou Siza Vieira na sessão de assinatura deste memorando, aproveitando para recordar que a aposta nas competências digitais é também pedida nos Planos de Recuperação e Resiliência que Bruxelas pediu a todos os Estados-membros para delinear.

Neste memorando de entendimento, que inscreve o compromisso de “acelerar a transformação digital e a recuperação do país”, como afirmou a Microsoft, os objetivos a atingir dividem-se em três grandes eixos: pessoas, empresas e Estado. Estas iniciativas serão implementadas ao longo dos próximos dois anos.

No primeiro campo, das pessoas, a Microsoft e o Governo têm o grande objetivo de formar 100 mil portugueses nos próximos dois anos, com foco nas competências digitais para corresponderem às necessidades do mercado de trabalho. Será ainda reforçada a parceria que a tecnológica já tem com os Institutos Politécnicos em Portugal, “para a criação de mais academias Microsoft”.

No eixo das empresas, o memorando estabelece o “apoio a todo o setor empresarial e a condição para que as empresas em Portugal sejam mais eficientes, digitais e com capacidade para gerar postos de trabalho mais qualificados”, anunciou Eduardo Antunes, diretor executivo do setor público da Microsoft Portugal.

No ano em que celebra 30 anos em Portugal, a própria Microsoft anuncia que irá aumentar o número de trabalhadores no país. A empresa irá criar mais 300 postos de trabalho em Portugal, para atingir a cifra de 1500 trabalhadores. Também o centro tecnológico cloud, que apoia mais de 90 países a partir de Portugal, será reforçado.

A Microsoft compromete-se também a continuar a patrocinar o evento Building the Future, que, além da tecnologia, aborda também temáticas ligadas à educação.

No campo do apoio a empresas, além de se comprometer a apoiar parceiros e “a potenciar o negócio além fronteiras”, há ainda uma componente a pensar nas startups. A tecnológica irá investir até 1 milhão de euros na criação do programa “”Highway to 5 Unicorns”, apoiando cinco startups portuguesas. Esta medida pretende promover a descentralização e o empreendedorismo no interior do país e ilhas. Será também expandindo o programa de aceleração “Microsoft for Startups”. O memorando estabelece que o número de startups no programa passa das atuais 40 para 100.

Já no terceiro eixo, que diz respeito ao Estado Digital, as duas partes acordaram um âmbito de colaboração e apoio. A nível de recursos humanos, há o objetivo de reforçar as competências dos trabalhadores da Administração Pública. A Microsoft e o Governo pretendem, assim, dotar cem mil trabalhadores da Administração Pública de mais competências digitais, ao longo dos próximos dois anos.

Ainda neste campo a Microsoft indica que pretende “criar e desenvolver 15 projetos inovadores nos próximos dois anos” para que possa contribuir para um Estado mais digital. No âmbito da segurança informática, estão previstas cem ações de formação com o objetivo de “reforçar a prevenção, deteção, defesa e resposta a ciberataques”.

“É com espírito de compromisso e futuro que assinámos com o Governo português este memorando com o objetivo de acelerar a recuperação económica dos portugueses”, afirmou Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal. Há três décadas em Portugal, a responsável da tecnológica reconhece que o “legado traz também muita responsabilidade”, mas que a subsidiária da Microsoft “diz presente” neste que é um “momento excecional”, em que o país tem “enormes desafios pela frente”.

No encerramento da cerimónia de assinatura deste memorando, André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, reforçou a importância da “mudança e de atitude e mentalidade das nossas pessoas e empresas”, reforçando que será nessa viragem que “residirá o sucesso da transição digital”.

No final, o secretário de Estado revelou ainda o interesse de “assinar protocolos com outras empresas de referência”.

Em setembro o Governo assinou um protocolo com outra gigante tecnológica, a Google, também focado na recuperação económica do país através de ferramentas e formação na área do digital.

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