Tribunal suspende CEO da Tekever. É suspeito de desvio de 10 milhões de euros

Pedro Sinogas durante um evento em 2017 | Foto: Filipe Amorim / Global Imagens

Pedro Sinogas é um dos cofundadores e sócio maioritário, tendo uma participação de 52% da empresa especializada em drones.

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa suspendeu Pedro Sinogas da liderança da Tekever, a 27 de setembro de 2018. Em causa está um processo movido pela própria empresa contra o seu cofundador por suspeitas de desvios de dinheiro que podem ir até aos 10 milhões de euros. A notícia é avançada pela publicação Exame Informática.

Segundo a informação, Pedro Sinogas terá sido o único dos três cofundadores – Ricardo Mendes e Vítor Cristina são os outros dois – que desde a fundação da empresa em 2001 e até maio de 2018 teve acesso exclusivo às contas e extratos bancários da Tekever.

Em abril de 2018, o então CEO foi fazer um curso de gestão para a universidade de Harvard, nos EUA, o que levou os outros dois cofundadores a pedirem acesso às contas da Tekever Tecnologias da Informação SA.

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Terá sido nesse momento que se aperceberam de transferências e pagamentos para empresas do mesmo grupo, destinatários desconhecidos, férias de luxo para a família, atividades de mergulho, a compra de um carro Tesla de 199 mil euros, várias obras de arte, manutenção de barcos, como escreve a Exame Informática.

Estas movimentações de dinheiro estão na base do processo que a própria empresa moveu contra Pedro Sinogas – que não deu resposta ao contacto da revista de tecnologia. Após a suspensão do antigo CEO, Ricardo Mendes foi nomeado como novo diretor executivo da tecnológica.

Já esta segunda-feira, 13 de maio, várias empresas do grupo interpuseram um novo processo com o objetivo de garantir 9,9 milhões de euros de Pedro Sinogas, a empresa Zoramphys SA e Cláudia Antunes.

Entre a lista de gastos que estão a ser investigados, podem estar fundos europeus atribuídos à Tekever. A 15 de maio de 2017, a Tekever II Autonomous Systems recebeu 5,6 milhões de euros de fundos comunitários e a 16 de maio foram atribuídos 5,9 milhões à Tekever ASDS, duas subsidiárias da empresa-mãe.

Contacto pela DN Insider / Dinheiro Vivo, Ricardo Mendes, o atual CEO, não quis comentar o caso, remetendo para o comunicado que a empresa emitiu.

“Estão em curso uma auditoria forense contratada à consultora PwC solicitada pela presente equipa de gestão e um conjunto de acções judiciais intentadas pelo Grupo contra o Eng. Pedro Sinogas. A ética e a transparência, assim como a total lealdade para com todos os seus colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros, fazem parte do ADN da TEKEVER e são três dos seus princípios fundamentais. Como tal, serão, sempre, intransigentemente defendidos por toda a equipa TEKEVER e, sobretudo, pela sua liderança”, lê-se na informação.

* Notícia atualizada às 11h42 com a informação do comunicado da Tekever

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