Portugal consagrou em 2019 o equivalente a 1,4% do PIB a despesas em Investigação e Desenvolvimento (I&D), sendo um dos seis Estados-membros da União Europeia a registar um recuo face ao investimento realizado 10 anos antes, revela o Eurostat.
O relatório anual sobre despesas em Investigação & Desenvolvimento nos 27 Estados-membros, divulgado pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, revela que a União investiu no ano passado 306 mil milhões de euros em I&D, o equivalente a 2,19% do Produto Interno Bruto, face a 2,18% em 2018 e 1,97% dez anos antes.
De acordo com o Eurostat, comparando com os valores de 2009, o indicador de “intensidade em I&D” – o investimento realizado nesta área em percentagem da riqueza nacional – aumentou em 19 Estados-membros, permaneceu estável em dois e recuou em seis, um dos quais Portugal.
Em 2019, Portugal investiu 2,9 mil milhões de euros em I&D, o que representa 1,4% do PIB, valor que fica não só significativamente abaixo da média europeia (2,19%), como também aquém da “intensidade em I&D” registada 10 anos antes, quando esta alcançou os 1,58% do Produto Interno Bruto (PIB).
Ainda assim, Portugal registou um ligeiro aumento face ao ano anterior – em 2018 investira 2,7 mil milhões de euros, ou 1,35% do PIN – e está sensivelmente a meio da tabela entre os 27.
Os Estados-membros que mais investiram em I&D em 2019 foram Suécia, Áustria e Alemanha, todos um pouco acima dos 3% do PIB, enquanto no extremo oposto da lista encontram-se oito países que não chegaram sequer aos 1%, sendo a Roménia a ‘lanterna vermelha’ (0,48%).
À escala global, e comparando com as outras grandes economias mundiais, o Eurostat nota que a “intensidade em I&D” na UE em 2019 foi “muito menor” do que na Coreia do Sul (4,52% em 2018), Japão (3,28%) e Estados Unidos (2,82%), ao mesmo nível que a China (2,06%) e mais alta do que no Reino Unido (1,76%) e Rússia (1,03%).
Estes dados foram publicados pelo Eurostat no mesmo dia em que se celebra, por videoconferência, um Conselho de ministros da Competitividade da UE precisamente na vertente Investigação, e um dos pontos em agenda é precisamente as metas de investimento em I&D.
Durante esta reunião, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, apresentará o programa de trabalho nesta área da presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2021.
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