O presidente da Microsoft, Brad Smith, desafiou os EUA a fornecer provas que sustentem as suspeitas em relação à Huawei.
Brad Smith coloca-se, de certa forma, ao lado da empresa chinesa insistindo que o executivo de Trump ainda não demonstrou ter um caso contra a Huawei, indica a Bloomberg.
O responsável disse à Businessweek da Bloomberg que o tratamento do seu governo em relação à Huawei “não é americano” e explica mesmo que não há razão para que a empresa chinesa não possa comprar tecnologia a empresas americanas, incluindo a Microsoft.
A Microsoft pediu mesmo detalhes sobre os motivos por trás das sanções e Smith explica: “Muitas vezes, o que recebemos em resposta do governo foi: ‘Bem, se vocês soubessem o que nós sabíamos, concordariam connosco’. E a nossa resposta é: ‘óptimo, mostrem-nos o que sabem para que possamos decidir por nós mesmos. É assim que este país funciona'”.
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Smith explica que decisões relevantes como uma proibição de exportações para a China não devem ser tomadas sem uma “base sólida de factos, lógica, típica de um Estado de Direito”, exigindo assim mais argumentos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem usado o argumento de que a liderança da Huawei terá laços com o exército chinês e o Partido Comunista da China. A Huawei pediu de forma repetida aos reguladores dos EUA uma explicação sobre os motivos da proibição e nega veementemente todas as acusações contra ela. Pediu inclusive que os seus produtos possam ser analisados ao detalhe por entidades independentes.
Na semana passada, Trump deu a entender uma mudança na sua posição em relação à Huawei, afirmando que os EUA não têm nenhuma intenção de incluir a empresa num futuro acordo comercial com a China. A posição contraria a opinião que o próprio Trump expressou no final de maio, quando afirmou que a empresa poderia fazer parte de um acordo.
Em maio, o Departamento de Comércio dos EUA adicionou a Huawei à lista negra de empresas proibidas para os negócios domésticos e criou um bloqueio para o uso dos seus equipamentos nas redes de telecomunicações do país. A proibição total, após um segundo adiamento de 90 dias decretado em agosto, deverá entrar em vigor em novembro.
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