A Google anunciou algumas mudanças à plataforma do YouTube. Entre as mais sumarentas, conta-se um investimento de 25 milhões de dólares, com o principal objetivo de apoiar um jornalismo de confiança.
O YouTube não é a única plataforma que tem problemas com a disseminação de notícias falsas ou de teorias da conspiração que podem ser prejudiciais – veja-se o caso do Facebook.
Num comunicado intitulado ‘Construir uma melhor experiência noticiosa no YouTube, juntos’, a Google compromete-se a investir 25 milhões de dólares, destinados especificamente à plataforma de vídeo, no âmbito da iniciativa GNI (Google News Initiative).
No post, a Google refere que estabeleceu um grupo de trabalho para desenvolver novos produtos ligados à área noticiosa, onde conta com a presença de organizações como a Vox Media, que inclui meios de comunicação como o The Verge, Polygon, entre outros; Jovem Pan ou o India Today.
Segundo a Google, a ideia passará também por expandir este grupo de trabalho, com o intuito de perceber de que forma é possível melhorar a experiência de acompanhar notícias através do YouTube e também encarar os desafios de um mundo onde a informação circula de uma forma muito rápida.
O YouTube destaca também a questão da necessidade de reforço da credibilidade das fontes de informação. No comunicado, refere “a necessidade de fornecer mais fontes e contexto em situações de última hora”. Começando nos Estados Unidos e no Reino Unido, o YouTube passará a contar com uma ferramenta específica para notícias de última hora, onde apresentará artigos de contexto, com links para fontes de informação.
Além disto, o separador “Top News” também apresentará vídeos relevantes e contextualizados de órgãos de informação, quando um utilizador pesquisa por ‘Coreia do Norte’, por exemplo.
Preocupação com contexto e literacia digital
O YouTube está carregado de vídeos de teorias da conspiração – e uma das mais recorrentes está ligada à aterragem na Lua, em 1969. A preocupação com a desinformação está patente nestes anúncios de estratégia do YouTube, com a plataforma a referir que passará a estar associada à enciclopédia Britannica e à Wikipédia.
A lógica pode ser resumida numa palavra: contextualização. Ao pesquisar por determinados tópicos, os utilizadores vão passar a ter acesso a pequenas entradas de informação, para que possam fazer decisões informadas sobre a veracidade ou não dos vídeos que circulam. Isto estará mais ligado a um conjunto de tópicos históricos ou científicos, explica a Google.
O investimento da GNI compreende ainda um investimento em ações para ensinar literacia digital a um milhão de jovens norte-americanos, numa parceria que conta também com a Universidade de Stanford, Poynter Institute ou a Local Media Association. A ideia é juntar criadores de conteúdos do YouTube como Ingrid Nielsen, Mark Watson ou John Green para educar os jovens no campo da literacia digital.