Retrato robô de um líder na era da Transformação Digital

Opinião de Frederico Faria de Oliveira, managing partner da Blue Screen, empresa portuguesa de software que faz manutenção de serviços. 

As competências-chave de um líder são intemporais e válidas para todos os cenários: um líder tem visão de futuro, visão daquilo que precisa e procura, é honesto e naturalmente entusiástico e íntegro. Tem qualidades de um comunicador carismático e acredita na sua capacidade para desenvolver e treinar as suas equipas. Um líder inspira e motiva aqueles que o acompanham. No entanto, liderar um processo de transformação digital envolve tudo isto e mais ainda.

A transformação digital não é uma palavra da moda, é o caminho. É imperativo para as empresas acelerarem a sua transformação digital com o intuito de impulsionar os seus negócios, adaptando-se às mudanças tecnológicas e trabalhando para melhorar a experiência do cliente. A transformação digital é, de tal forma, importante para as empresas, ao ponto de atuar como um agente que renova e reforça os laços com o cliente, estabelecendo compromissos para uma relação win-win entre as partes.

A transformação digital subentende a utilização de tecnologia para fazer com que os processos sejam mais eficientes e eficazes. A ideia não é utilizar a tecnologia apenas para replicar um processo existente em formato digital, mas sim transformar esse processo em algo significativamente melhor, por forma a atingir a transformação do próprio negócio.
Naturalmente que um líder deve estar obrigatoriamente informado na era da informação, estar a par das tendências, procurar formas inovadoras para oferecer tecnologia tão conveniente e adaptável quanto possível.

Um líder do mundo digital partilha os valores de outros tempos, mas também influencia e motiva os seus seguidores, domina os vários aspetos das tendências que procura seguir, e é o principal responsável por ajudar os seus seguidores a implementar as ideias relevantes à sua visão. Pensa tradicionalmente de forma futurista e liga a abordagens testadas e comprovadas com a perspicácia tecnológica para definir uma nova estratégia de execução.

O líder digital precisa de dominar as tendências atuais, estar envolvido com a tecnologia e rodear-se de pessoas que sejam tecnologicamente avançadas ou que tenham um nível de acolhimento tecnológico superior à média. A interação com os restantes membros da organização passa por conhecer a atividade de cada área de negócio da empresa e entender onde essas áreas pode ver a sua atividade e a eficácia dos seus processos melhorados pela introdução da tecnologia.

Mantém-se a realidade histórica de que o líder deve conhecer com o maior detalhe possível os processos envolvidos em cada área da empresa, mas acrescenta o facto de, em conjunto com cada um desses elementos, perceber como a tecnologia pode ajudar a melhorar a eficácia desses processos e/ou transformar esses processos no sentido de ganhar uma maior eficiência dos mesmos.

Na era da agilidade, flexibilidade, mobilidade, reatividade e adaptabilidade, os líderes devem procurar implementar hierarquias horizontais para encontrar caminhos diretos rumo à eficiência. Um líder tem ainda de capacitar as suas equipas para o processo de transformação, atuando como um educador da revolução digital, por isso, deve aprender e desaprender a mudança constante da viabilidade da tecnologia, com as implicações que isso pode trazer.

Torna-se então fundamental valorizar nas pessoas a habilidade para aprender, a qualificação e a formação, sempre com o objetivo de reunir o melhor e mais completo talento. A colaboração em proximidade, o trabalho interdisciplinar, a cooperação e as parcerias devem potenciar sinergias para garantir a reforma do conceito de silos na organização.

A forma de pensar e de agir do novo líder acaba por necessitar de uma constante inovação, no sentido de introduzir fatores potencialmente disruptivos na forma de trabalhar interna, na forma de trabalhar junto com os parceiros e na forma de trabalhar junto com os clientes. Os líderes, por demanda da conjuntura, foram obrigados a introduzir tecnologia nos seus processos e a introdução dessa tecnologia criou novas necessidades, que obrigaram os líderes a ter um maior foco na transformação digital.

As maiores empresas do mundo atualmente são todas conduzidas por líderes que tiveram uma visão da transformação digital. Bons exemplos disso são a Tesla, a Amazon, a Alibaba, a Google e o Facebook, que são empresas criadas por indivíduos que construíram tecnologia para lá do que todos previam que fosse o futuro. No futuro, a transformação digital, impulsionada em grande parte pela procura da experiência do utilizador, redefinirá as pessoas, o mercado, a oferta e as próprias empresas.

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