Um relatório da Oliver Wyman conclui que 92% dos dados europeus estão armazenados nos EUA. A economia digital poderá representar até 6,3% do PIB da UE em 2025, mas tal será feito com uma elevada dependência exterior.
Com os dados a assumir uma faceta cada vez mais importante no mundo digital, um relatório disponibilizado pela Oliver Wyman conclui que uma significativa fatia dos dados da Europa está armazenada nos Estados Unidos.
Este relatório sublinha a necessidade de o velho continente reforçar a sua soberania no digital, já que a economia digital poderá vir a representar até 6,3% do PIB da União Europeia em 2025.
Citando os dados da Comissão Europeia, que espera que a economia digital possa acrescentar até 1,1 pontos percentuais ao crescimento anual do PIB europeu, a Oliver Wyman destaca que, à medida que cresce o volume de dados, “tanto empresas como cidadãos podem estar ‘presos'” a outros países, nomeadamente aos Estados Unidos, “sem capacidade para transferir os seus dados para outras plataformas”.
A consultora destaca que a dependência digital da Europa a outros países poderá mesmo representar um obstáculo para o sucesso económico. “A Europa precisa de se converter numa economia digital líder, o que só é possível se o continente recuperar o controlo, a confiança e a soberania nos dados e na tecnologia digital. Esta soberania vai permitir às empresas e às pessoas decidirem que dados são recolhidos, partilhados, utilizados e guardados, reduzindo a sua dependência de agentes estrangeiros”, considera a empresa.
Augusto Baena, partner de Communications, Media & Technology da Oliver Wyman, aponta que atingir a soberania digital e aumentar a escala da indústria europeia vai ter custos elevados. “O custo será superior a 500 mil milhões de euros segundo as nossas estimativas: 130 mil milhões para o 5G, 200 mil milhões para a construção de uma infraestrutura de Cloud e Edge distribuída, 100 mil milhões para impulsionar a Inteligência Artificial e 100 mil milhões para melhorar a cibersegurança”.
Este relatório aponta também que, em comparação com os valores investidos por potências como os Estados Unidos ou a China, o investimento feito em investigação e desenvolvimento é consideravelmente mais baixo na União Europeia. Enquanto as empresas tecnológicas europeias investiram 27 mil milhões de euros em I&D em 2018, as companhias chinesas invrestiram 50 mil milhões de euros e as norte-americanas 134 mil milhões de euros.
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