Bruxelas aumenta escrutínio a compra da Fitbit pela Google

Fitbit, dispositivos fitness
Fonte: Pixabay

A aquisição, que está avaliada em 2,1 mil milhões de euros, vai ser analisada detalhadamente pela Comissão Europeia.

O negócio já foi anunciado o ano passado, mas ainda estará longe da conclusão. A Google tem planeada a aquisição da Fitbit, conhecida pelos registos de atividade física dos utilizadores através de pulseiras e relógios, por um montante de 2100 milhões de dólares (cerca de 1870 milhões de euros).

Só o anúncio da compra motivou preocupações ligadas à privacidade e também da concorrência, tendo em conta a grande quantidade de dados de saúde, considerados como informação sensível, que estarão prestes a passar para as mãos da Google. Esta semana, o jornal Financial Times revela que a União Europeia e grupos que defendem a privacidade dos utilizadores estão a intensificar o escrutínio ao negócio.

O jornal avança que os reguladores europeus terão enviado um questionário de 60 páginas aos rivais da Google e da Fitbit para que estes avaliem de que forma é que compra poderá afetar o espaço da saúde digital. Tendo em conta que uma grande maioria dos dispositivos de fitness estão normalmente associados a uma aplicação, acessível através de uma loja de apps, outra das questões pede aos rivais das duas empresas que considerem se a disponibilização das apps através da Play Store da Google seria uma desvantagem.

Com a Google a deter uma significativa fatia do mercado de pesquisas e de informação sobre os utilizadores, haverá ainda o objetivo de perceber como é que os dados da Fitbit poderão vir a ser usados pela área de negócio de anúncios da gigante da internet.

De acordo com a informação da Comissão Europeia, o dia 20 de julho é a data limite provisória para uma tomada de decisão sobre este negócio. Entre as opções possíveis, além de luz verde ao negócio, está o chumbo ou aprovação ainda que com algumas concessões por parte da Google. Outra das opções é a de aumentar o período de investigação para explorar alguns pontos. Segundo o Financial Times, o questionário detalhado enviado às empresas rivais poderá ser um indicador de preparação de uma investigação mais detalhada.

O negócio não preocupa apenas o regulador europeu. Ainda no final do ano passado, foi também anunciado que a justiça dos Estados Unidos estaria interessada em investigar esta compra, além de grupos ligados à defesa da privacidade em vários países.

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