Cientistas norte-americanos e chineses trabalharam juntos para desenvolver uma lente de contato gelatinosa capaz de mudar a distância focal à vontade do freguês, neste caso, do utilizador.
É mais um passo para uma das antevisões mais famosas de Elon Musk, o icónico líder da Tesla, da SpaceX e da NeuraLink (empresa que anunciou recentemente um protótipo que poderá permitir a tornar, de certa forma, o cérebro num computador). Musk acredita que o ser humano será em breve uma espécie de ciborgue com capacidades aumentadas graças à tecnologia.
Um grupo de especialistas em materiais flexíveis da Universidade da Califórnia em San Diego e do Instituto de Tecnologia de Harbin, na China, colaboraram para tornar as lentes de contacto interativas uma realidade.
O trabalho que o grupo está a fazer parece tirado de um filme de ficção científica. As lentes de contacto que estão a ser desenvolvidas são discretas, mas usam tecnologia de topo para proporcionar uma visão melhorada (ao estilo realidade aumentada) podendo mesmo tirar fotos e gravar vídeos. As lentes de contato são controladas por movimentos básicos dos olhos, permitindo ao utilizador aumentar o zoom quando piscar duas vezes, por exemplo.
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Tudo isto é possível pela medição dos chamados sinais eletrooculográficos gerados quando o olho faz certos movimentos, como piscar, piscar duas vezes, subir, descer, virar para o lado esquerdo ou direito. Foi, assim, criada uma lente macia que responde a esses sinais. A eletrooculografia é normalmente usada para avaliar a função óptica e dar diagnósticos, mas também tem sido utilizada como uma espécie de porta de entrada para a interface cérebro-computador.
Segundo os investigadores, estas lentes de contato podem fazer a diferença como uma espécie de próteses visuais, mas também ajudar a operar robôs remotamente ou para uma espécie de óculos ajustáveis.
Antes, já uma equipa de cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, tinha apresentado uma lente de contacto que permitia ao utilizador aumentar e diminuir o zoom quando piscava os olhos, mas precisava de usar óculos especializados e um pequeno conjunto de espelhos de alumínio dispostos num anel à volta da lente.
Os investigadores acreditam que os dispositivos feitos com materiais flexíveis, como certos polímeros, vão ser muito valiosos no futuro da saúde, da produção e da interação homem-máquina.
Óculos, o principal periférico do corpo tem uma palavra holográfica a dizer