Só por convite – e para já apenas para iPhone – a rede social Clubhouse tem concentrado atenções. Em Portugal já tem milhares de utilizadores.
Na rede social Clubhouse não há espaço para fotos inspiradoras, nem vídeos de simpáticos animais de estimação. Por aqui só se fala. Por voz, mesmo, sem espaço para o texto, em salas com utilizadores. Por enquanto está em modo beta (uma espécie de teste), disponível apenas para utilizadores de iPhone, mas não é por isso que não tem conseguido chamar à atenção. Tal como já vimos noutras apostas de novas redes sociais, o facto de só estar acessível através de um convite de um utilizador já registado também é meio caminho andado para aumentar a aura de exclusividade e aguçar a curiosidade.
Lançada no ano passado, há já alguns meses que esta rede social ganhava espaço no top da loja de aplicações da Apple, mas janeiro trouxe uma verdadeira explosão no número de utilizadores. Milhares de portugueses não resistiram à curiosidade: na loja portuguesa da App Store, a aplicação desenvolvida pela Alpha Exploration ocupa já o primeiro lugar entre as apps de rede sociais.
De acordo com o Financial Times, a Clubhouse é mesmo a rede social atualmente com o crescimento mais rápido, algo que poderá ganhar novo fôlego a partir do momento em que seja alargada aos utilizadores Android, que representam a grande maioria dos donos de smartphones. De acordo como o StatCounter, em janeiro o sistema operativo Android representava quase 72% do mercado mobile.
À semelhança de outras redes sociais, é possível criar um perfil, seguir outros utilizadores e, claro, ser seguido. A voz domina por aqui e os utilizadores podem juntar-se em salas, onde é possível acompanhar conversas sobre variadíssimos temas. A app já chamou a atenção de nomes como Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, que conseguiu juntar milhares de utilizadores numa sala a ouvir uma conversa com Marc Andreessen, um dos investidores que apostaram nesta nova plataforma.
Aliás, a presença de nomes sonantes da tecnologia e de outras áreas, passíveis de serem encontrados em salas de forma aleatória e em conversas inesperadas ajudaram a alavancar o sucesso da Clubhouse. Tanto que já se estima que a rede social possa valer mais de mil milhões de dólares, mesmo que ainda só esteja disponível para uma parte do ecossistema mobile.
Num momento em que o panorama das redes sociais continua a ser dominado por Mark Zuckerberg – dono do Facebook, Instagram e WhatsApp, as redes que mais utilizadores concentram – o principal desafio da Clubhouse será mesmo a manutenção de utilizadores e a expansão. Em vagas, têm surgido novas redes, mas num passado recente, só o Snapchat ou o TikTok conseguiram consolidar-se e chegar ao grande público.
Se Mark Zuckerberg também já passou pelas salas da Clubhouse, a indústria aparenta não estar surpreendida com a possibilidade de o Facebook desenvolver um produto semelhante, conforme avançou o jornal New York Times esta semana. Nos últimos anos, o Facebook já se inspirou em funcionalidades da concorrência, como aconteceu com as stories (vistas primeiro no Snapchat) e, mais recentemente, pelos reels no Instagram, uma opção semelhante aos vídeos curtos que marcam a identidade do TikTok.