A Samsung Digital City é um dos pontos que serve de quartel-general à empresa – e onde são cozinhados os próximos equipamentos da tecnológica sul-coreana.
Em Suwon, a 30 quilómetros de Seul, capital da Coreia do Sul, ergue-se o quartel-general da tecnológica Samsung. Pode não ser oficialmente uma cidade, mas o espaço, que serve de local de trabalho a cerca de 35 mil trabalhadores, tem quase tantas infraestruturas como se tivesse esse estatuto.
Além de quatro imponentes torres, com 38 andares, e muitos edifícios das diferentes áreas de negócio da empresa, há um centro dedicado apenas a cuidados de saúde – gratuitos para todos os funcionários -, uma creche, ginásio, restaurantes, lojas, alojamento para visitantes e até um museu das inovações tecnológicas. No SIM (Samsung Innovation Museum), tudo começa com a invenção da eletricidade – o combustível para muitos dos produtos que todos os anos saem dos centros de investigação e desenvolvimento da empresa.
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Embora sete em cada dez trabalhadores da Samsung estejam localizados fora da Coreia, uma grande fatia das pessoas ligada à investigação e desenvolvimento de novos produtos está localizada na Digital City. Mas esta não é a única localização onde se faz investigação na empresa. A poucos quilómetros de distância da cidade digital, em Woomyeon, a empresa conta com um edifício dedicado à investigação e design, onde são trabalhadas várias áreas de desenvolvimento de um produto, desde o aspeto ou conceito de cor.
Até ter um smartphone na sua mão, há vários meses de trabalho envolvidos, que incluem centenas de pessoas – e isto só para a conceção do aspecto final. Ter uma cor arrojada num produto? Há todo um trabalho prévio, que envolve pesquisa junto do mundo da moda, para perceber tendências, centenas de testes de cor e muitos inquéritos ao consumidor, por exemplo.
Mas nem só daquilo que apela ao sentido visual se faz o trabalho neste centro de design. Um dos espaços é um estúdio de som, de onde podem não sair álbuns, mas em que vários designers da área de som investigam, concebem e trabalham naquele que pode bem vir a ser o seu próximo toque de telemóvel ou até o som de despertar.
Piscar o olho à geração Z
Na Digital City, durante uma das apresentações feitas à imprensa europeia, Sonia Chang, vice-presidente de marketing da gigante tecnológica sul-coreana, explica a nova aposta feita para o mercado mobile. Neste ano, assinalam-se os dez anos de vida da linha Galaxy e a empresa fala na entrada numa nova época, a que chamou Galaxy 2.0. “Colocámos duas questões: que tipo de negócio queremos ter nos próximos dez anos e como é possível criar uma experiência com as novas gerações.”
Porquê a aposta nas novas gerações? “A geração Z já representa 25% dos gastos de consumo”, explica, apoiando-se em dados que estimam que, já no próximo ano, os consumidores nascidos após 1997 (a “fronteira” mais comum para o início desta geração) possam vir a representar 30% do consumo.
Esta nova era do mobile quer dividir-se entre a linha A, virada para as massas, e a linha Premium, em que figuram produtos como os smartphones S10 ou os phablet Note, um telefone habitualmente virado para o mercado da produtividade. “A linha A pode ser uma porta para eventualmente, mais tarde, se passar para uma faixa de preços mais elevada.”
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Mas a diferença não está só no preço, já que os seis modelos que compõem atualmente esta linha A situam-se abaixo dos 600 euros. Com as gerações mais jovens focadas na produção de conteúdo, em tempo real (imagens, vídeos para a partilha), a gama também quer diferenciar-se pela integração de funcionalidade diferentes, que não estão presentes nos telefones topo de gama.
A estratégia já havia sido anunciada pelo próprio CEO da área mobile, DJ Koh, que chama à gama A a área dos inovadores: “Uma forma de começar a ter tecnologia diferenciadora no mercado de gama média.”
* A jornalista viajou a convite da Samsung
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