Em colaboração com a REN e a NOS, e com o objetivo de estudar a alimentação maioritariamente por fontes de energia renováveis pela EDP, designadamente energia eólica, fotovoltaica e hidroelétrica, o primeiro supercomputador em Portugal chama-se BOB e foi esta sexta-feira inaugurado em Riba d’Ave, no Minho.
O novo modelo aumenta em 10 vezes a capacidade nacional de computação e vem estimular novas formas de cooperação entre as comunidades científicas e empresariais nos domínios emergentes da ciência de dados e da inteligência artificial, indica a REN em comunicado. O supercomputador integra a “Rede Ibérica de Computação Avançada” e o arranque da participação nacional na iniciativa Europeia “EuroHPC”, facilitando a instalação de uma segunda máquina até 2020.
O primeiro supercomputador a operar em Portugal vai permitir o arranque das atividades do Minho Advanced Computing Centre (MACC) da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o qual vem aumentar em cerca de 10 vezes a capacidade nacional de computação.
A entrada em funcionamento deste supercomputador, no âmbito da Iniciativa Nacional Competências Digitais – INCoDE.2030 e no contexto específico da Estratégia Nacional de Computação Avançada, vem facilitar e estimular a atual participação de Portugal nas diferentes redes e consórcios europeus envolvidos no desenvolvimento e na utilização de computação, em particular no reforço da “Rede Ibérica de Computação Avançada – RICA” e da iniciativa Europeia “EuroHPC – European High performance Computing”.
O MACC está instalado no datacentre da REN, cuja operação é gerida de forma segregada pela REN e NOS. Os sistemas já estão instalados na área operada pela NOS, e pretende-se que seja alimentado maioritariamente por fontes de energia renováveis, designadamente energia eólica, fotovoltaica e hidroelétrica. Foi instalado e está a ser operado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, FCT, em parceria com a Universidade do Minho.
Este supercomputador, com uma capacidade de memória de 266TBytes, 1PByte de capacidade de armazenamento e 1 PFlop de performance de cálculo, foi instalado no MACC durante os últimos meses no âmbito da renovação da parceria entre a FCT a Universidade do Texas em Austin (através do Texas Advanced Computing Centre, TACC), assinada a 15 de fevereiro de 2018 na presença do Primeiro Ministro António Costa. Inclui um total de 800 nós de computação, doravante designados por “BOB”.
Entretanto, a Comissão Europeia anunciou no passado dia 12 de junho a aprovação da instalação no MACC de uma segunda máquina de nível “petascale” no âmbito da iniciativa Europeia “EuroHPC”, capaz de executar, pelo menos, 10 PFlops, ou 10 mil biliões de operações por segundo. Esta máquina, doravante designada por “Deucalion”, deverá começar a ser instalada até ao final de 2020, reforçando significativamente o atual BOB e alargando o âmbito de atividades a disponibilizar pelo MACC.
Adicionalmente, Portugal participa também noutra proposta aprovada pela Comissão Europeia para instalar um supercomputador do tipo “pre-exascale” no Barcelona Supercomputing Center – Centro Nacional de Supercomputación, cuja participação Portuguesa representa cerca de 10% do respetivo consórcio que também inclui a Turquia e a Croácia e é apoiado pela Irlanda. Estas máquinas serão capazes de executar mais de 175 PFlops, ou 175 mil biliões de cálculos por segundo, passando a estar incluídas entre os 5 supercomputadores mais potentes a nível mundial.
Num contexto mundial de exponencial crescimento da relevância das tecnologias digitais a todos os níveis da sociedade, a instalação da supercomputação em Portugal e o reforço da capacidade europeia nesta área vem criar grandes oportunidades para as comunidades científicas e empresariais trabalharem ao melhor nível mundial no desenvolvimento de aplicações importantes em domínios como a conceção de novos produtos para as industrias automóvel e aeroespacial, a medicina personalizada, a conceção de medicamentos e materiais, a bioengenharia, a previsão meteorológica e as alterações climáticas.
A instalação do MACC abre assim novas oportunidades em Portugal, quer para grupos de investigação dedicados à supercomputação, quer para um crescente grupo de áreas de investigação e trabalho com crescentes necessidades de processamento digital de informação, entres as quais se destacam a medicina, a terra e o espaço, a física e a mobilidade. Este aumento significativo do poder de computação disponível, irá permitir um acesso mais facilitado a toda a comunidade do sistema científico e tecnológico nacional para trabalhos no domínio do cálculo intensivo, da ciência de dados e da inteligência artificial.
Este reforço da capacidade computacional nacional representa também uma oportunidade única para o tecido empresarial, permitindo elevar significativamente a sua capacidade de conceção, otimização e validação de novos produtos e serviços, abrindo importantes vias de criação de valor acrescentado para a economia Portuguesa.