YouTube diz que utilizadores europeus podem perder acesso a vídeos da plataforma

YouTube
Foto: Hello I'm Nik / Unsplash

YouTube diz que é impossível que as plataformas abertas consigam tomar as decisões corretas à luz da nova lei dos direitos de autor.

A diretora executiva do YouTube, Susan Wojcicki, voltou a lançar duras críticas à nova legislação europeia dos direitos de autor – em particular o artigo 13, mais conhecido como o artigo dos ‘filtros do upload’. A líder da plataforma diz que a abordagem do Parlamento Europeu é “irrealista” e que pode ter um “profundo impacto nas vidas de centenas de milhares de pessoas”.

Segundo a proposta do Parlamento Europeu, o artigo 13 prevê que os conteúdos sejam revistos antes de serem publicados online nas plataformas com um número significativo de uploads. Isto significa que os conteúdos que publicar no Twitter, Facebook e YouTube poderão ser, no futuro, revistos pelas plataformas antes de serem publicados. Se for identificada alguma violação de direitos de autor, então o conteúdo não é publicado.

Susan Wokcicki diz que há vídeos com um grande número de titulares de direitos e que em caso de incerteza quanto aos verdadeiros donos dos conteúdos, o mesmo não será publicado – algo que afetaria, por exemplo, o vídeo Despacito, o mais visto de sempre na plataforma.

“Esta incerteza significa que podemos ter de bloquear vídeos como este para evitar as responsabilidades do artigo 13. Multipliquem este risco pela escala do YouTube, onde são carregadas 400 horas de vídeos todos os minutos, e os potenciais riscos podem ser tão grandes que nenhuma empresa poderia assumir tamanho risco financeiro”, salienta a CEO.

Leia também | Estes são os 25 maiores youtubers portugueses

A líder do YouTube vai mais longe e diz que os residentes da União Europeia estão em risco de perder o acesso a vídeos que estão na plataforma.

“Pedimos aos políticos para que encontrem uma solução que proteja os titulares dos direitos de autor e criadores, e ouçam o número crescente de vozes na União Europeia, incluindo de alguns Estados-Membros, que concordam que existe uma solução melhor”, sublinha a executiva.