Facebook quer banir ‘deepfakes’ das suas plataformas

Facebook, rede social
REUTERS/Aly Song

O Facebook anunciou que vai banir os vídeos manipulados, os chamados deepfakes, das suas plataformas sociais. Esta decisão está enquadrada na antecipação das eleições presidenciais norte-americanas.

Com a corrida à Casa Branca a intensificar-se, o Facebook anunciou uma alteração à sua política, que inclui a “caça” às imagens manipuladas. Com várias plataformas sociais na sua alçada – o Facebook é a maior rede social do mundo – a empresa indica que pretende remover todos os conteúdos que possam induzir alguém em erro.

Na publicação onde indica a alteração, Monika Bickert, vice-presidente para a área de gestão de políticas globais, detalha que a empresa irá “remover conteúdos de media que possam induzir [os utilizadores] em erro”, com diferentes critérios.

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Estão incluídos nesta lista conteúdos que “tenham sido editados ou sintetizados – além de ajustes para clareza ou qualidade – de forma que não seja aparente para a pessoa normal ou que possam facilmente induzir alguém a achar que o sujeito de um vídeo disse palavras que nunca proferiu”, explica a nota da empresa.

Além disso, entram também neste critério as imagens “que sejam fruto de inteligência artificial ou aprendizagem automática, que una, substitua ou sobreponha conteúdo num vídeo, fazendo-o parecer autêntico”.

Na nota do Facebook é indicado que ficarão de fora desta limpeza conteúdos qualificados como “paródia ou sátira” ou vídeos que tenham sido editados somente para “omitir ou reordenar palavras”.

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O fenómeno dos deepfakes – vídeos manipulados, muitas vezes com recurso a inteligência artificial – têm sido uma sombra no mundo eleitoral. Cada vez mais avançados, o fenómeno tem sido uma preocupação em contexto eleitoral, especialmente depois de ter sido revelado o caso Cambridge Analytica, mais conhecido pelo uso durante as eleições presidenciais de 2016.

Ao longo destes anos, o Facebook tem vindo a tomar medidas para promover o combate à desinformação, através do lançamento de ferramentas de fact-checking ou de parcerias com instituições – o caso mais recente envolve a Agência Reuters. Ainda assim, a empresa de Mark Zuckerberg continua debaixo de fogo, muito devido à questão dos anúncios políticos nas plataformas sociais.

 

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