FlySafeGO. Empresa portuguesa deixa seguros para drones à distância de uma app

Registo de drones
Foto: Kevin Chow / Unsplash

A portuguesa Think Future criou uma solução a pensar nos aficionados de drones. Através de uma aplicação para smartphone, é possível contratar um seguro de responsabilidade civil, em pouco tempo.

A ideia surgiu a partir da necessidade – tal como acontece em tantos outros negócios. Os criadores desta aplicação são pilotos de drones e constataram que os processos de contratação de um seguro de responsabilidade civil para este tipo de equipamentos poderiam ser agilizados. 

Com a legislação mais recente, é pedido aos donos de drones acima de 900 gramas que tenham registo do equipamento e um seguro de responsabilidade civil. No entanto, conforme explica João Freitas Branco, sales diretor da Think Future, a única opção disponível “passava por seguros anuais”. Uma solução pouco prática quando “muitos são só pilotos em alguns fins de semana do ano”, nota o responsável da tecnológica portuguesa. 

A ideia ‘matutou’ na cabeça dos responsáveis da empresa e o processo de desenvolvimento deste projeto já leva quatro anos. Há três meses, nasceu a FlySafeGo, uma aplicação gratuita, onde é possível subscrever um seguro com diferentes durações – o intervalo varia entre uma hora a um ano. 

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A aplicação, que é gratuita, está disponível para os sistemas operativos Android e iOS. João Freitas Branco explica que é “possível subscrever um seguro em 35 segundos, após o registo”, onde é preciso inserir os dados do responsável pelo equipamento e contatos do operador do drone. Caso tenha mais do que um equipamento, a app permite fazer a gestão da frota, também. 

FlySafeGO

Em Portugal, a aplicação portuguesa tem como parceiras a corretora de seguros MDS e a seguradora Una Seguros. Depois de ter as autorizações necessárias, é possível contratar diferentes valores de seguro – entre 100 mil, 250 mil ou 500 mil euros. O pagamento mínimo a fazer é de 4,10 euros, explica a FlySafeGO, para ter um seguro válido durante uma hora. 

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Os pagamentos dos seguros podem ser feitos através de cartão de crédito ou da aplicação MB Way. No final, o certificado digital é enviado para o endereço de email do utilizador. Além da subscrição do seguro, a app dá ainda informação de contexto, como a hora, localização e condições meteorológicas. Caso não esteja bom tempo para voar ou o operador esteja numa zona proibida (perto de um aeroporto, por exemplo), a aplicação não permite concluir a subscrição do seguro. 

Por agora, só é possível fazer seguros para para determinadas marcas de drones, como a DJI, Parrot, Xiaomi ou Yuneec. João Freitas Branco explica que as restrições de marcas na base de dados devem-se “à necessidade de obedecer a um conjunto de regras do equipamento”, tais como as funções de registo de dados de voo, delimitação de raios de ação, sistemas de localizações e funções de regresso automático à “base”, assim que o drone ronde os 10% de bateria. No futuro, o responsável da FlySafeGO indica que “será possível que os utilizadores possam introduzir os seus próprios dados sobre os drones”, para abarcar quem utiliza drones personalizados. 

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A empresa não divulga números concretos de subscritores da aplicação, mas indica que “as subscrições estão acima das expetativas”. Para os próximos tempos, a FlySafeGO pretende arrancar com a expansão internacional, com João Freitas Branco a indicar a “Europa como um mercado prioritário” para o negócio. 

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