Fundadores do Instagram batem com a porta e abandonam a rede social

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A imagem do grupo do Instagram, com os fundadores ao centro, foi a escolha para a publicação de despedida.

Os criadores do Instagram, Kevin Systrom e Mike Krieger, decidiram abandonar a estrutura da rede social de partilha de imagens.

Primeiro, a notícia foi avançada pela Bloomberg, citando fontes próximas. Ao final da noite de segunda-feira, já madrugada na hora portuguesa, acabaria por ser confirmada pelos próprios criadores do Instagram. “Queremos ter mais tempo para explorar a nossa curiosidade e criatividade novamente”, era possível ler numa publicação no blog oficial do Instagram, assinada por Kevin Systrom. “Criar algo novo requer dar um passo atrás e perceber o que é que nos inspira e está alinhado com aquilo de que o mundo precisa; é isso que planeamos fazer”.

O Instagram foi comprado pelo Facebook em 2012, por um valor de mil milhões de dólares. Ao longo dos anos, a verdade é que o Instagram acabou por se tornar numa das compras de maior sucesso da rede social de Mark Zuckerberg, conseguindo estabelecer um crescimento exponencial ao longo dos anos.

Mas não é de agora que é possível notar algum desconforto dos criadores do Instagram relativamente à atitude comercial agressiva que o Facebook quis adotar para o Instagram. As histórias, por exemplo, são sem dúvida um ponto de destaque da rede social – e ajudaram a atingir uma confortável marca de mil milhões de utilizadores ativos (segundo os dados de junho de 2018).

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Agora, resta saber de que forma é que a saída das duas mentes criativas do Instagram vai afetar o Facebook, que enfrenta atualmente um dos seus momentos de maior desconfiança, na sequência do escândalo de privacidade da Cambridge Analytica, revelado há alguns meses. Num ano forte de eleições, há várias vozes preocupadas com as fake news e poder de influência do Facebook para os atos democráticos  – algo que facilmente se pode estender ao Instagram.

Além disso, a rede social de partilha de imagens também tem estado debaixo de fogo relativamente à influência que tem junto dos mais novos – e não só. Uma rápida pesquisa no Google com as palavras Instagram e saúde mental dá acesso a milhares de resultados com estudos que indicam que o Instagram pode mesmo ser a pior rede social para a saúde mental dos mais jovens.

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O Instagram tem vindo a tomar algumas atitudes relativamente a isso, é certo, como a introdução de filtros para palavras negativas nos comentários ou ferramentas anti-bullying (esta última lançada em maio deste ano).

A verdade é que Kevin Systrom e Mike Krieger não são os primeiros nomes fortes a abandonar a estrutura do Facebook. O antigo vice-presidente do Facebook responsável pelo crescimento de utilizadores, Chamath Palihapitiya, já disse em várias ocasiões sentir-se até “culpado” pelo seu trabalho na rede social.