Indústria de drones pode gerar 15 mil milhões de euros por ano, aponta estudo

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Fonte: Pixabay

Para uma grande franja da população, a indústria dos drones é vista como um hobby ou uma opção para o mundo do entretenimento – mas há mais por onde voar. Um relatório da consultora Oliver Wyman aponta que, até 2050, a indústria de drones possa representar 15 mil milhões de euros por ano, só na União Europeia.

O relatório ‘The Hurdles Drone Face’ aborda a indústria dos drones, tanto nos Estados Unidos como na União Europeia. Entre as conclusões para a Europa, além de um considerável potencial monetário na indústria, também é abordado o tópico da criação de emprego. O relatório da consultora baseia-se em pesquisa feita pela entidade público-privada SESAR (Single European Sky Air Traffic Management Research) e indica que o mercado de drones poderá representar 10% do mercado de aviação da União Europeia, até 2050.

Apesar de os drones serem muitas vezes usados como forma de automatizar muitas tarefas, como a entrega de comida ou a de encomendas de pequenas dimensões, dispensando trabalhadores, o relatório aponta um potencial de “criação de 150 mil postos de trabalho”.

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“O mundo da aviação e do aeroespaço está à beira da revolução, baseado nos voos autónomos e na tecnologia de drones”, indica o relatório da consultora, que refere áreas como a construção ou o retalho como os maiores alvos de mudança com a entrada em cena de modelos maiores de drones. Alguns dos exemplos apresentados no relatório já têm um cariz familiar – “em menos de uma década, o congestionamento de tráfego e a poluição urbana podem ser minimizados através do transporte de pessoas e produtos em veículos elétricos não tripulados”. Empresas como a Uber já detalharam projetos deste género, como é o caso do Uber Elevate. Já mais palpável, na Alemanha, a startup Lilium já realiza voos de teste em táxis aéreos elétricos que, no futuro, prometem ser autónomos, por exemplo.

Além do impacto económico, o relatório refere que ainda há muito trabalho por fazer – principalmente no campo da regulação. “Para chegar a este potencial, é precisa nova regulação e, muito provavelmente, avançar no campo tecnológico para garantir a segurança da operação”.

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Nos Estados Unidos, os drones estão sob a alçada da FAA (Federal Aviation Administration). Em 2018, foi registado um considerável aumento do número de registos de drones – cerca de um milhão de registos; deste bolo, 800 mil foram pedidos de pessoas que olham para os drones como um hobby. O relatório da Oliver Wyman aponta que, em breve, os registos ultrapassem os 3,8 milhões.

Deste lado do oceano, a indústria de drones é regulada pela EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação), além dos vários reguladores de cada Estado-membro. Olhando para o panorama português, é a ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil) quem regula tudo o que está ligado à utilização dos drones. Através do site Voa na Boa, a ANAC indica quais são as zonas onde é permitido voar, assim como todo o regulamento e normas de segurança.

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Há quem já tente, de alguma forma, a uniformização das diferentes normas e legislações para os drones. Além de a União Europeia ter definido já algumas regras, no sentido de criar normas comuns aos 28 Estados-membros da UE, para evitar que cada país tenha uma legislação demasiado díspar, o que cria fragmentação de mercado na Europa, há entidades que já se esforçam para uma uniformização global – como a ISO (International Standards Organization).

No ano passado, a ISO lançou o primeiro rascunho que tentava criar normas para este tipo de veículos não tripulados, onde se incluem os drones. Depois de ter estado em rascunho até janeiro deste ano, está atualmente num estado preparatório, para mais tarde ser apresentado a um comité de avaliação.

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