Karl Lagerfeld, o lendário diretor criativo da Chanel, morreu hoje, aos 85 anos. Chegou à marca francesa em 1983 e alavancou o negócio da marca de luxo. Com a ascensão da tecnologia, o icónico diretor criativo não fechou a porta à tendência tech.
Aos 85 anos, Lagerfeld, um dos criadores de moda mais conhecidos do mundo não resistiu à batalha contra o cancro do pâncreas, segundo avançam os meios internacionais. Nos últimos tempos, Karl Lagerfeld tinha sido uma ausência notável nos desfiles da Chanel, dizendo sentir-se “cansado”.
Karl Lagerfeld, designer alemão, liderou durante anos a centenária marca de luxo francesa, criada por Coco Chanel. Além de ditar os destinos criativos da Chanel, Lagerfeld também tinha na sua alçada a Fendi e a sua marca própria, onde o perfil marcado pelos óculos e a simples assinatura ‘Karl’ se tornaram características cobiçadas, elevando as peças aos milhares de euros.
Se Lagerfeld alavancou a marca Chanel na viragem dos anos 80, quando a marca estava na mó de baixo, já no novo milénio o designer explorou a forma como a tecnologia poderia ser retratada no mundo da moda.
E isto não se limita apenas ao mundo do e-commerce ou a dotar a Chanel de conteúdos específicos criados para plataformas digitais. A marca é conhecida pelos seus desfiles caricatos nas semanas da moda – desde a criação de supermercados de grife, em 2014, até à recriação de uma praia dentro do Grande Palais em Paris, mais recentemente.
Em 2016, na Semana da Moda de Paris, Karl Lagerfeld apresentava a coleção de pronto-a-vestir da Chanel, para a primavera/verão 2017, com um cenário tecnológico – nada mais que um ‘data center’ da Chanel. Cabos, fios e outros materiais tecnológicos ajudaram a recriar um cenário tecnológico num palácio centenário.
Nesse ano, a passarele da Chanel misturava capacetes robóticos com as icónicas criações da marca, naquilo que era a reimaginação de Lagerfeld para um possível futuro: peças intemporais, combinadas com visuais ‘Stormtrooper’.
Na altura, já ultrapassada a faixa dos 80 anos, o designer alemão reconhecia que a “tecnologia domina o mundo porque mudou o mundo, ao tornar muitas coisas mais fáceis”. A coleção ficou conhecida como “Intimate Technology”, misturando peças clássicas com apontamentos como carteiras com pequenos robôs ou personalizadas com pequenas luzes coloridas.
Mas esta não foi a única faceta ‘tech’ no negócio da Chanel. Mais recentemente, em associação com a Farfetch, a unicórnio luso-britânica, a marca de luxo adotou realidade aumentada para a mais recente loja da marca, em Paris.
Na altura deste anúncio, o plano era criar uma experiência à medida do cliente, que misturasse os mundos digitais e físico.
Hello, Robot. Fomos à exposição que diz se os robôs são nossos amigos
