Marsh Portugal cresce 20%, estreia Smart Office e aposta na cibersegurança

Rodrigo Simões de Almeida, Country Manager da Marsh Crédito: Nuno Taborda

Estivemos no novo edifício da Marsh, onde falámos com o seu Country Manager Rodrigo Simões de Almeida sobre o crescimento da empresa.

É líder mundial em corretagem de seguros e em consultoria de riscos e cresce a ritmo acelerado em Portugal. A Marsh (e o grupo Marsh & McLennan Companies), inaugurou no verão um novo edifício, o MMC Village, que centraliza as operações das três empresas do grupo presentes em Portugal – Marsh, Guy Carpenter e Mercer. Rodrigo Simões de Almeida, Country Manager da Marsh, explica-nos como a empresa está a conseguir crescer todos os anos acima dos 10%, como o novo edifício e uma cultura mais aberta da empresa está a ajudar a elevar a satisfação interna e quais as novas áreas de negócio – algumas possíveis pela era digital – em que a empresa está a investir.

Comecemos pelo novo edifício, cujo investimento não foi revelado. Bem perto da Portugália da Avenida Almirante Reis, no bairro lisboeta de Arroios, a mudança ocorreu em agosto e junta os 530 funcionários do grupo que estavam dispersos na capital. “Surgiu a oportunidade de ter um edifício exclusivo para o grupo e é uma boa vantagem, porque permite mais sinergias internas e maior rentabilidade e crescimento”, explica Rodrigo Simões de Almeida, que adianta trata-se de um aluguer de longa duração “que é mais uma prova de compromisso com o país”: “já estamos há 52 anos em Portugal e queremos estar mais 52”.

O conceito segue a linha do chamado Smart Office e é feito “ao estilo a casa de cada um”, onde não falta um workcafe e muitas salas de tamanhos diferentes (inclusive algumas minúsculas, só para chamadas telefónicas). Elaborado pelo Openbook Architecture, que também assinou o projeto de reabilitação do edifício da Microsoft Portugal, “o grande desafio é que as pessoas se sintam o mais próximo possível do que é estar em casa, com zonas de trabalho formal e informal, sem lugares de trabalho fixos e muitos espaços colaborativos e dinâmicos”.

Simões de Almeida, com vasta experiência no setor financeiro, admite que há alguns anos esta realidade seria quase impensável, mas “é preciso seguir a evolução natural das novas gerações”. Daí que com um espaço mais ágil e flexível em que todos se sintam melhor, “é possível ter mais produtividade e reter e atrair talento”. Outra das novidades para a empresa é permitir que os funcionários possam trabalhar de casa um dia por semana, a tarde de sexta-feira sem trabalho ou a implementação do chamado dress code casual. “Sinto-me obrigado, no bom sentido, a adaptar-me e é bem vinda essa adaptação, porque quem não muda é ultrapassado”, admite o gestor que passou pelo Novo Banco (antigo BES).

Rodrigo Simões de Almeida, Country Manager da Marsh
Rodrigo Simões de Almeida, Country Manager da Marsh

Crescimento de 20% em 2019

Apesar de já estar há 52 anos em Portugal, a Marsh tem tido três anos de grande crescimento e tendência para clara melhoria. Em 2017 cresceram 11%, em 2018 subiram para os 15% e este ano a previsão é que aumentem o negócio em 20%. “O mercado nacional segurador continua com consolidação forte, à semelhança do internacional, com concorrência feroz mas que também permite oportunidades”, bem melhor a nível também de emprego e investimento do que em 2015, indica Rodrigo Simões de Almeida, que destaca a motivação que têm conseguido dar aos seus funcionários.
Com presença em mais de 130 países, “o facto de ser líder mundial na consultoria e gestão de risco nos seguros dá à Marsh ferramentas com proposta de valor diferenciada face à concorrência”.

Marsh destaca-se nos médios e grandes clientes, tendo maior preponderância em setores como a indústria ou os serviços, nomeadamente na área automóvel, plásticos e químicos, transportes e logística. Já em março deste ano a Marsh Portugal venceu ainda o Prémio do País da Europa Continental com Maior Crescimento, dado pela Marsh Global para distinguir um dos 33 mercados europeus.

Novas áreas de negócio incluem cibersegurança

Marsh Portugal tem investido forte este ano numa das tendências em termos de risco para as empresas, a cibersegurança. “Temos uma equipa muito forte a gerir a nível nacional e internacional e dedicamos muito tempo a divulgar este tipo de riscos e geri-los com os clientes atuais ou futuro”, admite o gestor que indica ser prestadas dois tipos de soluções: “uma consultoria pura – o que é o risco cibernético, qual a sua dimensão e que impactos pode ter na organização, que vulnerabilidades existem e quantificá-las; e o passo seguinte que é como se deve transferir o risco para o mercado segurador, desenvolvendo soluções costumizadas para as empresas.”

Rodrigo Simões de Almeida indica mesmo que nem todas as empresas estão a dar a importância devido a este risco cibernético, na sua vertente corporativa e de negócio. Daí que a Marsh tenha publicado um estudo anual, com a Microsoft, onde a maioria das empresas classifica o risco de cibersegurança como um dos cinco principais riscos que vão enfrentar. “As empresas têm de mitigar esse risco digital, seja ele físico ou analógico, prevenir e atuar naquilo que não for mitigável, ou seja, transferir como alternativa para alguém que possa assumir o risco, neste caso o mercado segurador”, explica o responsável, que espera que cada vez mais empresas possam transferir o tal risco.

Outra das novas área de negócio é a Private Equity e Mergers & Acquisitions (PEMA), pensado para os riscos específicos das transações. “Tratam-se de serviços específicos ligados a fusões e aquisições e passam por várias áreas, desde as due diligences das operações, até transferir o risco das declarações dos vendedores para o mercado segurador”. A ideia é facilitar a negociação de um contrato de compra e venda entre vendedor e comprador, explica Simões de Almeida, que acredita haver muitas oportunidades nesse setor em Portugal.

“A tecnologia ao serviço das empresas melhora eficiência sem prejudicar o planeta”