“A tecnologia ao serviço das empresas melhora eficiência sem prejudicar o planeta”

Conferência do BCSD Portugal junta especialistas para falar dos desafios das sociedades sustentáveis já na próxima segunda-feira, no auditório EDP, em Lisboa. Falámos com o responsável do organismo que quer tornar as empresas mais sustentáveis e… lucrativas.

Está em funções há alguns meses, desde novembro de 2018, e quer mostrar às empresas porque devem apostar na sustentabilidade para atraírem talento, clientes e criarem novas áreas de negócio. João Wengorovius Meneses, que passou pelo governo atual como secretário de Estado da Juventude (saiu em desacordo com o ministro da Educação), é o secretário geral do BCSD Portugal (Business Council for Sustainable Development).

A organização com 18 anos que junta mais de 90 empresas (juntas valem 30% do PIB português) realiza segunda-feira, 25 de março, no auditório da EDP (Lisboa), a sua conferência anual, intitulada Society 5.0: The Challenge of Sustainable Smart Societies.

“Pensámos neste tema, a Sociedade 5.0, inspirados numa grande corrente que existe no Japão, que coloca o ser humano no centro da inovação e da transformação tecnológica”, explicou-nos Wengorovius Meneses, que pretende que se discuta como “podemos usar a da tecnologia (inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, blockchain, entre outras) em prol de uma sociedade mais sustentável”.

O evento vai ter a presença de membros do governo, como o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, além do CEO da EDP e presidente do BCSD Portugal, António Mexia. Dos pouco mais de 20 oradores, Meneses destaca a presença da especialista em alterações climáticas e diretora da Carbon Pricing Leadership Coalition do Banco Mundial, Angela Churie Kallhauge, de Laila Pawlak, professora na Singularity University (EUA) e na NASA e de Sogo Fujisaki, vice-Presidente de CSR e da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da Fujitsu Limited.

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Wengorovius Meneses admite que um dos desafios é conquistar as PME para novas áreas de negócio da sustentabilidade. “Ajudamos as empresas nesta jornada para serem mais sustentáveis, usando tecnologia para criar novas cadeias de valor, porque podemos gerar lucros e ter impactos positivos a outros níveis a nível planetário”, adianta, explicando que boas regras de governância podem fazer toda a diferença “até porque os clientes querem cada vez mais comprar a empresas que se preocupam com o planeta”.

Nesse domínio, além de darem workshops em empresas estão a preparar uma ferramenta “para nos dar uma leitura do grau de sustentabilidade de cada empresa”, “sem expor as empresas”. “Estamos numa fase de transição, o momento ainda não é o de fazer disto uma corrida, mas há já uma série de certificações de sustentabilidade que sugerimos às empresas (mais de 100), garante o responsável pela organização.

Meneses acredita que, pela primeira vez, “temos a possibilidade de reparar problemas antigos pela tecnologia” até porque já se podia ter acabado com a pobreza, “pela primeira vez o grande desafio é a distribuição”, diz.

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