Automação de profissões vai trazer desafios sociais, como o desemprego, mas também vai trazer oportunidades para a economia portuguesa.
Portugal está entre os países onde a execução de tarefas sem intervenção humana mais vai existir. Segundo um estudo apresentado pela consultora PwC, no evento do sétimo aniversário do Dinheiro Vivo, o risco de automação em Portugal é de 58,9%, o segundo mais alto dos países referidos.
Acima de Portugal só a Roménia, com um risco de automação de 61,9%, e nas posições logo abaixo estão Croácia e Grécia, com 57,9% e 56,5% respetivamente.
“Pela positiva, há um nível de eficiência produtiva bastante elevado que podemos atingir. Pela negativa, precisamos de pensar seriamente em reconverter as profissões e formação para não nos encontrarmos, mais cedo do que seria desejável, sem trabalho”, comentou Ivo Faria, consultor líder e parceiro na PwC.
Um elemento que contribui para o elevado risco de automação é o envelhecimento da população portuguesa e também a sua diminuição. Estima-se que em 2100 Portugal tenha 6,67 milhões de habitantes, um número que representaria uma quebra de 36% em comparação com os 10,4 milhões de habitantes registados em 2015.
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“Na robotização temos dois desafios e duas grandes vantagens. O primeiro desafio é aquele de sermos capazes de reinventar um pouco as nossas funções, de sermos capazes de reinventar as nossas profissões e com isso não deixarmos que a robotização coloque os nossos cidadãos, a nossa força de trabalho, fora do mercado de forma prematura”, sublinhou o responsável em declarações à Insider.
“O outro grande desafio é de sermos capazes também, com o nosso conhecimento, a nossa experiência, com a excelência da qualidade dos nossos técnicos, dos nossos engenheiros, sermos capazes de ser driver desta mesma robotização”, acrescentou.
Ainda assim, Ivo Faria está convencido que este fenómeno acabará por ter um impacto positivo para a economia portuguesa.
“As pessoas que programam as máquinas vão ter sempre trabalho. Nós temos um país de bons engenheiros, de bons informáticos, temos de ser capazes de fazer com que a tecnologia seja a tecnologia que nós desenhamos, em vez de ser apenas a tecnologia que nós usamos”.
As máquinas vão mesmo ficar com os nossos trabalhos ou vão tornar-nos mais felizes?