Dois estudos universitários, feitos nos Estados Unidos e no Reino Unido, indicam que as Smart TV estão a partilhar dados sensíveis com várias empresas, como o Facebook ou a Netflix.
Não precisa necessariamente de ter conta em alguns dos serviços e, em alguns casos, as empresas sabem onde está o seu televisor e quando está ligado ou não. Estas são algumas das conclusões do estudo de larga escala, feito pela Northeastern University, nos Estados Unidos, e pela britânica Imperial College London.
Os resultados do estudo são avançados pelo Financial Times, que refere que as Smart TV de várias marcas estão a partilhar dados “sensíveis” com outras empresas. Na lista de informação partilhada estão dados como a localização do equipamento, endereço IP ou estado de atividade do dispositivo. Em alguns casos, aponta o estudo, os dados estariam a ser enviados mesmo que o utilizador não tenha uma conta ativa em alguns dos serviços, por exemplo.
Os estudos analisaram cerca de 81 equipamentos diferentes, tanto nos EUA como no Reino Unido. O Financial Times indica que foram analisados equipamentos da Samsung e LG, além de produtos da Roku ou os FireTV da Amazon.
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Este não é propriamente o primeiro estudo do género, mas é o primeiro feito em larga escala, nota o jornal. Com o mercado das Smart TV em franca expansão, os estudos trazem a lume preocupações com a privacidade dos utilizadores. Segundo dados de junho, divulgados pela IDC, o mercado das Smart Home Players cresceu 12,3% em Portugal, no primeiro trimestre do ano.
O estudo indica que os dados recolhidos por este género de produto é fornecido a outras empresas, com a informação a ser utilizada para anúncios personalizados, indicam os investigadores. Entre as empresas mais contactadas para receber esta informação estaria a Amazon.
“A Amazon é contactada por quase metade dos dispositivos nos testes, o que aponta que a Amazon pode inferir uma grande quantidade de informação sobre aquilo que está a fazer com os dispositivos que estão em casa, incluindo mesmo aqueles que não fabrica”, avança um dos autores do estudo, David Choffnes, ao Financial Times. O investigador acrescenta ainda que esta informação “dá também uma grande visibilidade [às empresas] sobre aquilo que a concorrência está a fazer”. O estudo refere ainda que empresas como o Spotify, Microsoft, Adobe ou a Google estariam também a receber parte destes dados.
Os investigadores notam que os dados recolhidos e analisados estavam encriptados e que por isso não conseguiram ter uma ideia mais completa da informação transmitida. No entanto, referem que a informação dá também conta da atividade do equipamento.
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