Depois de formarem um sindicato na América do Norte, os trabalhadores da Google criaram um sindicato mais alargado, que engloba trabalhadores da tecnológica de mais países.
Os trabalhadores da Google anunciaram esta segunda-feira a criação de um sindicato que abarque trabalhadores da gigante tecnológica de mais países, depois da criação de um sindicato nos EUA e Canadá, há algumas semanas.
De acordo com o The Verge, a Alpha Global representará trabalhadores da tecnológica em dez países, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Itália, Dinamarca, Finlândia, Suíça ou Alemanha.
Um dos objetivos passará pela criação de um tratamento mais igualitário entre os trabalhadores, especialmente para os moderadores de conteúdo em determinados países.
Esta união de trabalhadores é afiliada da UNI Global Union, uma federação laboral que representa 20 milhões de trabalhadores em 150 países, incluindo trabalhadores da Amazon. Ao longo dos últimos anos, as condições de trabalho dos funcionários da gigante de comércio eletrónico têm motivado contestação, algo que tem vindo a expandir-se durante a pandemia de Covid-19.
A UNI Global Union representa pelo menos três milhões de trabalhadores do setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC).
Este anúncio é feito duas semanas depois do lançamento da Alphabet Workers Union, fundada com 230 trabalhadores. Mais tarde, a organização deu conta de que o número de trabalhadores associados já tinha passado para os 700 no espaço de uma semana após o lançamento.
Tal como aconteceu no comunicado do primeiro sindicato, mais virado para a América do Norte, também neste caso é pedido à Alphabet, a empresa-mãe da Google, que seja mais responsabilizada.
“A empresa é uma arquitecta do novo mundo do trabalho. É uma grande incubadora de inovações e, como líder tecnológica, é um laboratório para novos métodos de comunicações e trabalho. Infelizmente, a Alphabet também é uma criadora de desigualdade (…)”, nota o comunicado, acrescentando que, “a história recente mostra que os trabalhadores unidos podem vencer e fazer uma empresa melhor”.
“Os problemas da Alphabet – e criados pela Alphabet – não estão limitados a um único país devem ser abordados a nível global”, indica Christy Hoffman, secretária-geral da UNI. “O movimento lançado pelos trabalhadores da Google é para lá de inspirador. Eles estão a usar a sua força coletiva não só para transformar as suas condições de emprego mas também para abordar temas sociais causados pela crescente concentração de poder corporativo”, detalha o comunicado.