YouTube cria ferramentas contra fake news para a Europa

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Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A gigante tecnológica Google tenta desta forma combater a desinformação, numa altura em que estão próximas as eleições europeias. Utilizadores europeus vão servir de teste para o mundo.

A Google lançou esta quarta-feira algumas novas ferramentas numa tentativa de combater a desinformação nos próximas eleições que se vão realizar em solo europeu. Uma grande parte desse esforço está centrado no YouTube, onde a Google lança agora o que chama etiquetas de transparência para os editores na Europa.

Através destas etiquetas são mostradas as fontes de notícias que recebem financiamento público ou do governo. Estes passos já tinham sido revelados nos EUA em fevereiro, mas só agora chegam à União Europeia. “O nosso objetivo é fornecer mais informações de forma a ajudar os utilizadores a entenderem melhor as fontes de conteúdos noticiosos que escolham assistir no YouTube”, disse a empresa em comunicado.

Além disso, o YouTube irá destacar fontes como a BBC News ou a FranceInfo nas suas prateleiras de notícias focadas nos países europeus, tornando mais fácil que os utilizadores encontrem notícias verificadas e não contas que tentam colocar notícias falsas em circulação. Estes recursos estão agora disponíveis na UE no Reino Unido, França, Alemanha e outros países, mas a Google vai trazê-los para outras nações “nas próximas semanas e meses”.

O YouTube tem lutado para controlar as falsas notícias que aparecem nas suas secções de tendências e noutras secções. O ano passado, por exemplo, um vídeo com grande protagonismo na plataforma divulgava de forma falsa que um estudante de uma escola americana era um ator pago. Com as eleições europeias a aproximar-se, a Google espera que estas ferramentas possam resolver o problema de desinformação com destaque na plataforma, para não enfrentar uma nova ira dos reguladores europeus.

Nesse contexto, lançou também um espaço específico na aba da Google News chamado “eleições europeias de 2019” para fornecer “jornalismo de qualidade” sobre temas eleitorais como Brexit, partidos de extrema direita, impostos sobre o gás e muito mais, indica a empresa.

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O espaço de Google Trends (as tendências do motor de pesquisa) também irá apresentar perguntas a candidatos confirmados e irá destacar histórias confirmadas e factos relevantes sobre as eleições. Esperam-se ainda nas próximas semanas ferramentas para ajudar organizações a confirmaram factos e a Google está a oferecer novos cursos contra a desinformação e pela verificação de factos – Portugal está incluído nestes cursos.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, criticou recentemente o problema da desinformação, explicando: “já vi tentativas de influenciar as eleições do Parlamento Europeu por intermédio de manipulação”. Num relatório recente, a comissão indicava que a Google não fez o suficiente para revelar fontes de anúncios.

O que diz o líder europeu da Google sobre o polémico Artigo 13