Black Friday versus Cyber Monday: quem vence a batalha das promoções?

A Black Friday pode ser a mais conhecida, mas é na Cyber Monday que pode estar o filão dos descontos, especialmente para quem gosta de tecnologia.

São ambas datas que surgiram primeiro nos Estados Unidos, mas que estão gradualmente a entrar em território nacional. A Black Friday é considerada como o grande dia das compras, realizando-se anualmente na sexta-feira a seguir ao Dia de Ação de Graças.

E, ao longo dos anos, também tem sido palco de eternos vídeos virais, principalmente pelas filas à porta de centros comerciais ou disputas mais ou menos violentas dentro de lojas – principalmente de eletrónica, onde as grandes lojas de retalho fazem descontos que muitas vezes ultrapassam os 50%.

Em Portugal, as grandes cadeias que vendem tecnologia já estão preparadas para os descontos em vários produtos – tanto nas lojas físicas como nas lojas online, com descontos mais ou menos generosos. 

Por cá, o apelo ao consumo não é feito apenas na sexta ou na próxima segunda-feira, dia 26 de novembro: há quem tenha arrancado com descontos já esta quinta-feira que se prolongam até ao fim-de-semana, em quase todas as áreas (vestuário, calçado, brinquedos, tecnologia, etc). Também há quem faça como a Amazon de Espanha, em que toda a semana tem sido feita de descontos em determinados produtos.

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Em conversa com a Insider, Tito Rodrigues, da DECO Proteste aponta algumas diferenças na forma de atuação do mercado português relativamente a estas duas datas. Na origem da Black Friday nos Estados Unidos está um escoamento de stock, para garantir que existe espaço livre nas lojas para armazenar as principais novidades que vão marcar a época natalícia. Deste lado do oceano, Tito Rodrigues aponta outra ideia: “em Portugal é uma data muito associada à chegada dos subsídios de Natal”, acrescentando também que “os consumidores estão a usá-la para comprar prendas de Natal”.

A Cyber Monday pode ser menos conhecida, é certo, mas está mais associada à compra de produtos tecnológicos através de comércio eletrónico. É um fenómeno mais recente – e não é só por cá: arrancou nos Estados Unidos, por volta de 2005. Segundo apontam os responsáveis do comparador de preços KuantoKusta, a Cyber Monday começou como uma forma de “incentivar as pessoas a comprar online os produtos que não compraram na Black Friday. E, nesta segunda-feira, têm ainda mais generosos descontos sobretudo os produtos do setor tecnológico (que tendencialmente são os mais procurados)”.

Os responsáveis pelo comparador de preços online KuantoKusta apontam ainda que não é possível “antecipar os preços das promoções de Black Friday e Cyber Monday, pois em alguns casos, a loja apenas baixa os preços alguns minutos antes de a campanha entrar online”, mas deixam algumas recomendações.

“Recomendamos que os consumidores façam as suas pesquisas, comparem os preços e que analisem criteriosamente se o produto que desejam comprar está de facto sujeito a uma campanha adequada à Black Friday ou Cyber Monday (avaliar não só no preço, mas outras valências como o preço dos portes, prazo de entrega, avaliação da loja, etc.)”, avisam.

Tito Rodrigues, das relações institucionais da DECO Proteste, refere que, pelas análises feitas pela organização, “os descontos da Cyber Monday estão em linha com a Black Friday, mas com um desconto adicional de 5%”, também na lógica de escoamento de stock.

O KuantoKusta estima que produtos como smartphones, portáteis, consolas e televisores sejam os produtos mais cobiçados pelos portugueses durante estas datas e que, “por isso a probabilidade de ainda haver promoções melhores do que as da Black Friday sejam mais reduzidas”.

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A DECO adverte que o facto de as promoções destas datas terem um prazo limite tem a capacidade para motivar as compras por impulso – e que esta não deve ser a lógica em ação. A associação reconhece que “a Black Friday tem muitos negócios vantajosos para o consumidor, mas que o que se quer que o consumidor perceba é que o desconto deve ser real e que exista transparência”, explica Tito Rodrigues, indicando que o consumidor deve ter em conta fatores como o preço médio do produto nos últimos 30 dias.

Para conseguir verificar as variações, a DECO tem inclusive uma ferramenta em que é possível colar a ligação de determinada produto disponível online e receber uma indicação sobre se se trata de um bom negócio ou não. De acordo com Tito Rodrigues, esta ferramenta – que está disponível durante todo o ano – recebeu cerca de cem mil visitas no ano passado, durante o período da Black Friday e Cyber Monday.

A dificuldade em fazer estimativas de gastos

Embora seja difícil fazer a contabilização dos valores gastos durante estas duas datas, há quem tente fazer estimativas, como é o caso do Observador Cetelem. Em comunicado, esta entidade faz previsões de valores que os portugueses poderão vir a gastar, em média, durante as duas datas: cerca de 146 euros durante a Black Friday e 122 euros no caso da Cyber Monday.

Ainda segundo este estudo, a Cyber Monday estará a perder o interesse para os consumidores: em 2017, 32% dos inquiridos revelava estar disposto a esperar pela segunda-feira após a Black Friday; este ano, a percentagem diminuiu, situando-se nos 25%.

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