Ankur Bhatia, responsável pela área tecnológica da startup de gestão de alojamento local Hostmaker, explica que a aposta na tecnologia é um ponto forte do negócio. Em quatro anos, o investimento na área já ultrapassou os 6,4 milhões de euros.
A Hostmaker tem conseguido arrecadar milhões de euros em rondas de investimentos, muito devido à plataforma que criou internamente – tal como as soluções que promete fazer chegar, em breve, ao serviço. “Gerimos o arrendamento das propriedades para retirar o stress de tudo o que envolve ser um senhorio e proprietário. Permitimos e garantimos que os proprietários têm o total controlo do arrendamento das suas propriedades, mas sem terem os problemas e a preocupação de o fazerem sozinhos”, elucida o CTO (chief technology officer) da empresa. A Hostmaker desenvolveu um algoritmo próprio de preços, que recorre à enorme quantidade de dados gerada pelos mercados de arrendamento, como o Airbnb ou o Booking. Os preços são atualizados diariamente.
“O algoritmo garante aos nossos proprietários mais 30% de receita quando comparados com o resto do mercado”, indica Ankur Bhatia, explicando como é que a empresa se quer distanciar da concorrência no competitivo mercado do arrendamento. “Apostámos nas verificações de qualidade, através do sistema de gestão de propriedade e operações-mobile-app, para garantir que os imóveis dos anfitriões têm uma boa manutenção ao mesmo tempo que fornecemos um dashboard que lhes dá acesso a todas as informações sobre a casa e sobre as reservas”.
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Além disso, a empresa também disponibiliza formas de tornar os alojamentos locais mais atraentes – os vários planos incluem uma sessão fotográfica profissional ou a possibilidade de ter uma equipa de design de interiores a tornar a propriedade mais confortável. O preço a pagar pelo uso da plataforma e dos serviços complementares (como limpeza ou check-in em pessoa) depende de fatores como a localização ou a tipologia do imóvel.
Lisboa é mercado de destaque
No ano passado, a plataforma de gestão de arrendamento da Hostmaker chegou a Lisboa, juntando-se a um grupo atualmente composto por nove cidades, como Barcelona ou Amesterdão. No total, os números mais recentes divulgados pelo diretor tecnológico apontam a gestão de “mais de duas mil propriedades”.
Londres, local de origem da startup, continua a ser o coração do desenvolvimento tecnológico da empresa, mas Ankur Bhatia faz questão de destacar a empresa “não se quer limitar à pool de profissionais em Londres”, embora a capital britânica continue a ser “o mercado mais atrativo em termos de desenvolvimento de tecnologias de negócios”.
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Em relação a Lisboa, o responsável da área tecnológica indica que “é uma área para investir”. “É um dos principais mercados onde temos operação e, por isso, além de investir em imóveis, reinventámos a forma como os arrendamentos funcionam. Estamos também a contratar e gostaríamos de contar com o talento português”.
Nos próximos meses, a empresa pretende aumentar a equipa, nas várias localizações. “O nosso plano é aumentar a equipa em 15 pessoas nos próximos meses”. Atualmente, a equipa de engenheiros e gestores de produto da Hostmaker conta com 45 pessoas, nas várias localizações.
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Mas não basta só ter vontade de recrutar. Há vários desafios enumerados pelo responsável tecnológico, mas o primeiro está justamente ligado ao talento. “Alcançar os grandes talentos continua a ser um desafio”, lamenta, acrescentando que “os engenheiros têm sido a melhor maneira de atrair novos talentos”, já que podem descrever a cultura de trabalho e os desafios que enfrentam.
Dispositivos inteligentes no futuro dos alojamentos
O responsável pela tecnologia da Hostmaker recorda que, quando a empresa arrancou, praticamente “não havia soluções tecnológicas disponíveis que pudessem ajudar a determinar os preços dos imóveis ou a preparar as casas para os hóspedes”. Agora, com o avanço da tecnologia, área onde a Hostmaker “já investiu 6 milhões de libras” (6,4 milhões de euros, após conversão), “já há soluções em todos os aspetos”.
Bhatia destaca que as soluções da Hostmaker são construídas internamente, por uma equipa que descreve “como europeia”, graças às possibilidades do trabalho remoto. neste momento, explica que estão a trabalhar para conseguir disponibilizar a plataforma na modalidade de SaaS (software-as-a-service) “para investidores imobiliários ou gerentes de propriedades que querem ganhar eficiência e obter um maior rendimento do espaço”. No futuro, refere também que a empresa pretende apostar também na criação de algoritmos para estadias médias ou na construção de um alojamento de reservas próprio.
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Mas não é só do lado da plataforma que o responsável vê potencial de crescimento – também no alojamento local é possível crescer com a tecnologia, principalmente do lado do hardware. “Estamos a testar algumas soluções de hardware, como bloqueios digitais e dispositivos IoT, o que nos permite oferecer um melhor serviço aos nossos hóspedes e garantir a manutenção das propriedades para os anfitriões e hóspedes”. No entanto, não esquece que se trata de um investimento inicial considerável, principalmente quando se fala em fechaduras digitais, por exemplo. “Acreditamos que o investimento compensa a longo prazo, já que o proprietário do imóvel pode obter um rendimento maior devido às ofertas premium. No entanto, conseguir que os anfitriões invistam com antecedência continua a ser um desafio”, reconhece.
A segurança continua a ser um desafio, explica, não se referindo apenas à segurança das propriedades que a Hostmaker ajuda a gerir. “Trabalhamos também para melhorar a segurança ao implementar algoritmos de habilitação de visitantes e verificações de identidade automatizadas”, indica, mas Bhatia reconhece que ainda há muito trabalho a fazer. “Manter o equilíbrio com check-in e segurança continua a ser um desafio que a nossa indústria enfrenta”.
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