Estivemos em Paris, no evento “que tem vantagens para as empresas face à Web Summit”, diz-nos Ricardo Marvão, da Beta-I.
São eventos diferentes, com histórias diferentes, mas com cada vez mais perfis semelhantes. O VivaTech, de Paris, só nasceu em 2016 decorreu de 16 a 18 de maio e já este ano bateu o seu recorde de visitantes, conseguindo 124 mil (muito graças ao facto de abrirem o último dia do evento ao público francês) vindos de 125 países. Estiveram presentes 13 mil startups e 3300 investidores.
Pelo menos em número de visitantes, já é bem superior à Web Summit que conta com 70 mil participantes. Estivemos no evento, feito por dois grandes grupos franceses, o Grupo Publicis e jornal Les Echos. O primeiro impacto é a dimensão, o pavilhão central – que tem associado uma cúpula para conferências onde decorreram as keynotes de pessoas como o líder do Alibaba Group, Jack Ma, ou o presidente do Canadá, Justin Trudeau – quem fez furor foi o presidente francês Emmanuel Macron.
O pavilhão principal tem vários stands de grandes empresas (quase todas francesas), que reúnem seis meses antes do evento, por candidaturas, as startups que consideram mais relevantes nas suas áreas – estão representadas 23 indústrias. Ricardo Marvão, líder da Beta-i (associação portuguesa que apoia o empreendedorismo), esteve presente no evento e traça um paralelismo com a Web Summit: “este é um evento mais preparado para o mundo corporativo do que a Web Summit”.
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O responsável admite que os responsáveis das empresas encontram aqui mais facilmente startups em estado mais desenvolvido, já com produtos lançados, nas áreas que procuram. “Há inclusive guias que levam os executivos pelas startups das indústrias que eles querem ver, é mais simples”.
Ricardo Marvão explica também que na origem do evento está também “um desejo francês de mostrar que são o número 1 em inteligência artificial e inovação na Europa”. Até porque após o fim de um dos maiores eventos mundiais, o parisiense LeWeb (foi lá que Travis Kalanick ouviu a ideia para o se viria tornar mais tarde na Uber, já em 2008), França ficou algo orfã nesse domínio. “Este foi o evento que travou a proposta francesa para que a Web Summit viesse para Paris. Fizeram lobby para que Macron vetasse essa vinda porque, senão, iriam perder força ou morrer e o presidente francês deu a nega”, explica o líder da Beta-i.
No evento fala-se acima de tudo francês, até porque os primeiros tempos foram mais focados no mercado local, mas houve várias startups portuguesas representadas através das tais gigantes. A Omniflow, startup de soluções de energia, este no stand da gigante francesa EDF. Ainda assim, Marvão admite que a Web Summit tem vantagens e tem sido “muito boa para Portugal”.
O jornalista viajou a convite da Publicis
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